O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), defendeu nesta terça-feira (21) mudanças na lei que estabelece regras para as chamadas delações premiadas. Segundo ele, a legislação precisa “acompanhar” as mudanças internacionais sobre o tema. No entanto, Calheiros disse que não promoverá alterações “por canetaço” enquanto for presidente da Casa.
“Ela [a Lei] precisa ser modificada, mas não será enquanto eu for presidente do Senado. Não vamos aprimorar a lei de delação, que eu ajudei a aprovar, por um canetaço do presidente do Senado. Longe de mim”, afirmou.
O presidente do Senado criticou o vazamento da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado e também se posicionou contra os acordos de restituição de recursos. Calheiros disse ainda que defende a Operação Lava Jato por ser “um avanço civilizatório” para o Brasil.
Na semana passada, Renan já havia defendido mudanças na lei. As declarações foram dadas na esteira das denúncias contidas na delação premiada de Machado, nas quais manteve conversas com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o ex-presidente da República e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), além do próprio Calheiros.
As gravações serviram de argumento para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) as prisões dos três e do presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por obstruir os trabalhos da Lava Jato.