O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o presidente interino Michel Temer reavaliará os ministérios de seu governo caso o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff seja aprovado pelo Senado. Padilha concedeu entrevista ao programa Gaúcha Atualidade na manhã desta segunda-feira (20) e também comentou a decisão do Ministério Público Federal (MPF), que pediu à Justiça Federal o bloqueio de seus bens e a devolução de R$ 300 mil em uma ação de improbidade administrativa.
“Não está passando tudo não! Mais de cem pessoas foram vetadas porque tinham condenações no exercício de atividade política. Não se pode nomear. Não ajuda se eu citar nomes porque eles são vinculados a partidos e os partidos não vão gostar. O certo é que o presidente pensa, tão pronto passar a votação do impeachment , dar uma reavaliada no ministério e nas práticas do governo”, declarou.
Em seguida, o ministro defendeu que o governo Temer não é refém dos partidos da base aliada:
“Se eu disse que foram centenas de nomes que não passaram, é porque não se é refém. Por outro lado, a gente precisa dos partidos para, em primeiro lugar, ter dois terços para aprovarmos aquilo que queremos. E segundo, até o impeachment, nós precisamos contar com no mínimo 54 votos, sexta-feira nós tínhamos 59 (...)”.
Sobre a nomeação do ex-deputado estadual por Minas Gerais, Gustavo Perella – que ficou conhecido em todo o país após um helicóptero de sua empresa ser apreendido pela Polícia Federal (PF) com 445 kg de cocaína, em 2013 -, como secretário Nacional do Esporte, Padilha afirmou que Perrella está sendo vigiado e poderá sair.
“Enquanto o sujeito não tem nenhuma condenação, não tem processo criminal andando, ainda está na fase de investigação, normalmente ele (o presidente) diz se vai ou não vai. Nesse caso, que foi de nomeação por parte do ministro e não do presidente, aconteceu. Naturalmente, está sendo vigiado e se instaurar algum processo impeditivo, ele sairá”, afirmou.
Padilha também comentou a ação expedida pelo MPF, na última sexta-feira, que pede à Justiça o bloqueio de seus bens e a devolução de R$ 300 mil em uma ação de improbidade administrativa na qual o peemedebista é acusado de ter mantido uma funcionária "fantasma" em seu gabinete na época em que era deputado federal. Ele leu a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a nulidade dos documentos que embasam a tese e concluiu:
“Isso é o STF dizendo que esse possível documento que ampara a tese de que eu teria um funcionário fantasma é nulo, logo não pode ser utilizado”. E seguiu: “Vamos admitir que ele pudesse ser utilizado, ainda assim a ação não procede. Porque tem um ato da mesa da Câmara, nº 72 de 1997 - que diz no seu artigo II -, que: os deputados federais poderão manter secretários parlamentares no seu gabinete em Brasília e no seu estado de origem. Eu fiz uma pesquisa, os deputados tem em média entre 10 e 17 no estado, geralmente um ou dois no município onde ele tem mais votos”.