Três gaúchos que foram perseguidos durante a ditatura militar brasileira obtiveram anistia política nesta sexta-feira. Os processos foram julgados em Porto Alegre na 57ª Caravana da Anistia que ocorre na PUC. Além dos três, serão julgados ainda hoje outros quatro processos, entre eles, Christopher Belchior Goulart, neto do ex-presidente João Goulart.
Até agora, foram anistiados Sandra Iglesias Macedo, Diógenes Sobrosa de Souza e Peter Ho Peng. Sandra acompanhou o marido ao exílio em 1971, e até voltar para o Brasil, em 1979, passou pelo Chile, Argentina, Bélgica e França. O segundo gaúcho, Diógenes, foi membro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e chegou a ser condenado à morte pela ditadura militar. A família dele, representada pela esposa na sessão, Lia de Souza, receberá indenização financeira e um pedido de desculpas formalizado.
O terceiro, Peter Ho Peng, nasceu em Honk Kong, mas veio ainda bebê para o RS. Durante a ditadura, ele foi expulso do país acusado de tentar reorganizar o Partido Comunista do Brasil. Ele foi anistiado e recebe de volta a cidadania brasileira, além de indenização de R$ 302 mil.
Ainda hoje serão julgados os processos de Namir José Oliveira Bueno, preso por participar da greve dos bancários em 1979 na Capital; de Jorge Luiz Marroni, que respondeu a um inquérito policial militar por participação no movimento estudantil, e David Guimarães Dib, filho Samuel Dib, que mudou-se para a ex-URSS para evitar perseguições.
Anistiados no Rio Grande do Sul
Com estes dois processos, sobe para 205 o total de pedidos de anistia analisados em caravanas deste tipo no estado. No evento, são analisados processos de pessoas perseguidas pela ditadura - torturados pelo regime militar, presos políticos ou perseguidos - e familiares que também sofreram as consequências de regime militar.
Anos de chumbo
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