Atual vice-presidente da República e senador eleito pelo RS, Hamilton Mourão (Republicanos) declarou que, no Congresso, irá trabalhar para que o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) seja discutido na próxima legislatura.
— Eu vou (pressionar). Se está comprovado, chegamos à conclusão de que há indício forte de crime de responsabilidade, como no caso desse ministro (Moraes), então vamos discutir o assunto — declarou Mourão, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta sexta-feira (21).
Para o vice do presidente da república e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), o ministro Alexandre de Moraes, atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), passou dos limites de sua autoridade e atua como “investigador, denunciador, e parte ofendida”.
— Ele ultrapassou o limite do poder dele. A Corte poderia dizer “Alexandre, pode baixar tua bolinha aqui. Está errado isso que você está fazendo. Não vamos aprovar essas tuas medidas” (...) mas a Corte não está fazendo isso — disse.
Mandato
Mourão voltou a defender que haja um mandato para o cargo de ministro do Supremo. O senador eleito alegou que um ministro ocupar o cargo por "25 ou 30 anos, dependendo da idade do nomeado, é muito tempo".
— Isso tem que ser discutido dentro do Congresso e se chegar uma conclusão. O nosso sistema de freios e contrapesos, que é o que faz a harmonia e o equilíbrio dos poderes, não está funcionando — pontuou.
Ao mesmo tempo, o vice-presidente da República rechaçou aumentar a quantidade de ministros do STF:
— Aqui não vai ser feito, não vejo isso sendo feito. Mesmo porque implica em custos.
Mourão admitiu que Bolsonaro chegou a falar sobre a possibilidade, mas minimizou o ato:
— O presidente (Bolsonaro) deu uma externada ali (sobre aumentar o número de cadeiras no STF), mas nunca tomou nenhuma atitude. (...) Sendo reeleito ele tem logo dois cargos dentro do STF para serem trocados, o que pode lhe dar uma maioria bem mais confortável lá dentro — finalizou.