Coordenador de campanha de Jair Bolsonaro (PSL) e apontado como futuro ministro-chefe da Casa Civil em caso de vitória do capitão, Onyx Lorenzoni (DEM) garantiu que não há chances de votar a reforma da Previdência ainda este ano. Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta segunda-feira (15), o deputado federal gaúcho descartou que Bolsonaro vá conversar com Michel Temer caso seja eleito no segundo turno — hipótese levantada pelo próprio candidato — ou que a bancada vá votar a favor do projeto.
— Não, não e não. Eu asseguro que este ano não vota. Pelo menos de parte de um pedido ou do próprio do futuro presidente — afirmou Onyx no Gaúcha Atualidade.
O deputado desqualificou a atual reforma da Previdência em discussão, mas não deixou claro o que prevê um possível governo Bolsonaro. Questionado sobre propostas objetivas, respondeu que a "prioridade número 1" será a segurança e o equilíbrio fiscal.
—Reforma (da Previdência) que respeite as pessoas e crie um novo mecanismo de poupança no Brasil — completou. — Será uma proposta séria, uma proposta para durar 40 anos.
Ao falar sobre as prioridades da gestão Bolsonaro, caso eleito, Onyx citou a educação, com foco no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, citando como referência as políticas públicas adotadas no Japão, em Taiwan e na Coreia do Sul.
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Questionado sobre a continuidade das cotas raciais para acesso a universidades, o coordenador de campanha do candidato do PSL criticou o sistema de reserva de vagas por origem étnica, alegando que "é todo mundo igual perante a lei". No entanto, afirmou que "cotas sociais são importantes":
— Precisamos apoiar quem precisa, não se é azul, preto, amarelo, branco.
Onyx confirmou que a decisão sobre a participação de Bolsonaro dos debates com o concorrente Fernando Haddad (PT) será dada na quinta-feira (18), após nova avaliação médica. Ao falar sobre a facada levada pelo capitão e o apoio que ele vem recebendo mesmo sem participar ativamente da campanha, o deputado gaúcho se emocionou:
— Nos áureos do Lula, o Lula arrastou multidões. Agora, nunca se viu no Brasil, as multidões arrastarem um líder. Esse líder não estando nem presente no ato. Isso é a chama de esperança que nasceu no Brasil. (...) Hoje, as pessoas se orgulham de vestir a bandeira brasileira.
Ao ser abordado outro tema espinhoso da campanha de Bolsonaro, o possível fim do pagamento do 13º salário e do adicional de férias dito pelo vice na chapa, general Hamilton Mourão, Onyx garantiu que o assunto está superado.
— Não se mexe nisso — afirmou, acrescentando que o compromisso de Bolsonaro com a Constituição é de "um milhão por cento". — Quem quer fazer mudança constitucional, chamar Constituinte é a turma do lado de lá. A vermelhada que quer voltar, os bolivarianos. É esse povo que mexeu na Constituição da Venezuela e deu no que deu.
Por fim, frisou que o plano de governo do candidato do PSL prega, na primeira linha, que será uma gestão "constitucional, eficiente e fraterna".
— A nossa Constituição vai balizar todos os passos do nosso governo, sem nenhum risco — garantiu o coordenador de campanha de Jair Bolsonaro.