Um novo acordo salarial do Sindicato dos Trabalhadores em Limpeza e Conservação de Caxias do Sul (Sindilimp) para os servidores da categoria resultou em R$ 14 milhões a mais nos gastos do orçamento mensal da prefeitura. O valor é referente ao reajuste do dissídio, de 7,34%, e o aumento de 20% para 40% no índice de insalubridade dos servidores que trabalham na limpeza urbana.
Em entrevista ao Gaúcha Hoje sobre os cem dias do segundo mandato, o prefeito Adiló Didomenico disse que houve um reajuste para merendeiras e zeladores terceirizados do município que gerou um impacto nas finanças públicas maior do que o esperado.
— Pegou todo o sistema de surpresa, porque é fácil aprovar esse tipo de acordo e repassar para as prefeituras. Eu duvido que alguma prefeitura já tivesse colocado esta previsão. Porque, historicamente, se pagava 20% — comentou o prefeito durante a entrevista.
No entanto, o presidente do Sindilimp, Henrique Silva, explica que as mudanças foram apenas para os servidores que trabalham na limpeza urbana e na limpeza de banheiros coletivos.
— O que alterou de 20% para 40% (índice de insalubridade) foi o pessoal da limpeza urbana, de varrição, que trabalha na área de capim, na roçadeira e quem faz a limpeza de banheiro coletivo. Para as merendeiras, com jornada de 20 horas, e quem trabalha na higienização simplificada nas escolas segue com 20% — esclarece Silva.
Ele também é presidente da Federação dos Trabalhadores em Asseio e Conservação, Limpeza Urbana do Rio Grande do Sul (Feeac-RS) e salientou que o reajuste de 7,34% foi acordado no fim de 2024 e vale para todo o Estado.
— Esse reajuste é fruto da negociação que acontece no fim do ano e entra em vigor em 1º de janeiro. É a correção do dissídio, esse a gente não negocia com o município. Nós negociamos com o patronal, é um índice para todo o Estado, onde a Codeca e empresas terceirizadas têm que cumprir — esclareceu Silva.
A reportagem buscou a assessoria da prefeitura para esclarecimentos. A resposta veio por meio de nota. Segundo descrito, o impacto foi maior que o esperado, dado que houve dois aumentos em vez de um, pois o reajuste do dissídio é previsto anualmente e não muda muito de um ano para o outro.
"Eles acordaram que a insalubridade passou de 20% para 40%. O prefeito disse que o reajuste que eles tiveram, mais este aumento da insalubridade, somaram um aumento de despesa para o município de R$ 14 milhões," explicou a assessoria. Quando questionada sobre qual categoria seria realmente impactada, a assessoria recomendou verificar com o sindicato responsável pelas negociações.
Reajuste para cuidadores
Além do reajuste dessa categoria, cuidadores de crianças com necessidades especiais em escolas municipais, terceirizados pela empresa Troia, passaram a ganhar R$ 2.023,64 (turno integral) mais 40% de insalubridade em 2025.