
No dia em que completou 100 dias do segundo mandato e lançou o que tem sido tratado como maior pacote de obras de saneamento da história, a administração municipal precisou lidar com uma polêmica plantada no dia anterior.
Já passava das 22h de quinta-feira (10) quando uma publicação do prefeito Adiló Didomenico nas redes sociais desmentiu a declaração do secretário-adjunto de Trânsito, Alfonso Willembring, de que o sistema de cercamento eletrônico de Caxias começaria a autuar excesso de velocidade em 1º de junho. A fala ocorreu em reunião realizada pela Câmara na quarta-feira (9) para tratar do transporte coletivo e imediatamente gerou reações da oposição, além de repercussões ao longo da quinta-feira (10).
Na publicação, o prefeito diz que não autorizou a Secretaria de Trânsito a marcar data "nem mesmo utilizar os controladores com o intuito de multar, sem apresentar um plano técnico de sinalização e redução de acidentes". Adiló disse ainda que "o objetivo dos controladores é preservar vidas, não arrecadar".
Declarações anteriores de integrantes da secretaria já deixavam claro que a fiscalização será realidade. A própria manifestação de Adiló, em tom incomum, não nega a adoção da medida, mas impõe condicionantes.
O ajuste no discurso ocorreu em um comunicado divulgado pela secretaria no início da tarde desta sexta-feira (11). A nota afirma que há uma previsão de início das autuações em junho, mas a data não está definida.
Em áudio, Willembring confirmou a implantação da fiscalização, mas antes o plano será apresentado ao prefeito e a sinalização será reforçada e corrigida.
— Recebemos a expressa determinação do prefeito para que anteriormente a qualquer agendamento lhe sejam apresentados os estudos técnicos e os planos de sinalização e divulgação. Para tanto, estão em fase de conclusão os respectivos estudos técnicos e planejada uma intensa divulgação — afirma.
Embora uma parcela da população adote o argumento da "indústria da multa" para se opor à fiscalização, há quem defenda o combate não somente ao excesso de velocidade, mas também ao desrespeito às sinaleiras e às faixas de ônibus que tomou conta da cidade. Com a estrutura atual, a fiscalização de trânsito não dá conta do recado. Trapalhadas na divulgação, porém, têm o potencial de aumentar a resistência a esse tipo de medida, ao invés de reduzir.