Se algum eleitor tinha esperança de um clima mais cordial e discussões focadas em temas da cidade, a primeira sessão ordinária de 2025 na Câmara de Vereadores de Caxias não trouxe bom sinal. A primeira proposição discutida pelos vereadores foi uma moção de repúdio a uma fala do presidente Lula creditando o déficit fiscal do país à enchente no Rio Grande do Sul.
O texto foi protocolado em regime de urgência nesta segunda-feira (3) por vereadores do Progressistas, PL e Novo. Ainda na discussão do acolhimento ou não do regime de urgência tiveram início provocações entre vereadores.
— Sou do tempo em que regime de urgência era para discutir coisas urgentes. O que vai mudar na vida do caxiense? — questionou Elói Frizzo (PSB).
Ao que foi rebatido por Alexandre Bortoluz (Progressistas):
— Se não quer urgência, é simples, é só votar "não". Nem parece que tem gente que passou duzentos anos nesta casa legislativa.
Já o vereador Sandro Fantinel (PL) citou o clima político do país e afirmou que a repercussão de declarações depende de quem as emite.
— O problema não é o que se fala. É quem fala. Quando alguém de direita erra, tem que ser punido. Quando alguém de esquerda fala (também) tem que ser punido — defendeu.
A julgar pelos ânimos logo no início do ano legislativo, 2025 promete grandes embates.
Manifestações também na plateia
Durante o debate entre os vereadores também houve vaias e manifestações de espectadores da sessão. Boa parte das cadeiras eram ocupadas por apoiadores do vereador Hiago Morandi (PL), alvo de um pedido de cassação protocolado na última semana.
Com os gritos, faixas e as falas de protesto, houve momentos em que o presidente Lucas Caregnato (PT) suspendeu a sessão. O pedido de cassação acabou arquivado. Apenas as vereadoras Estela Balardin e Rose Frigeri, ambas do PT, foram favoráveis.