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O presidente Jair Bolsonaro precisou ser transferido para São Paulo na quarta-feira (14/7) após ter sido verificada uma obstrução intestinal durante exames no Hospital das Forças Armadas (HFA), em Brasília, onde foi investigar as causas de uma crise de soluços que o acompanha há cerca de 10 dias, bem como dores abdominais. Ele deu entrada na noite do mesmo dia no hospital Vila Nova Star, na capital paulista. Uma nota divulgada à noite pela a equipe médica informa que o presidente permaneceria em intenso "tratamento clínico conservador", inicialmente sem a necessidade de cirurgia. O comunicado informou, ainda, que o presidente já havia feito "avaliações clínicas, laboratoriais e de imagem" na capital paulista.
Conforme a equipe médica, a obstrução intestinal diagnosticada é decorrente do atentado a faca que o presidente sofreu em 2018 em Juiz de Fora (MG). A decisão de transferir Bolsonaro de hospital foi do cirurgião gástrico Antônio Luiz Macedo, que o atende desde 2018.
A crise de soluços que tem acompanhado Bolsonaro nos últimos dias pôde ser identificada claramente na visita do presidente à Universidade de Caxias do Sul (UCS) na sexta-feira passada (9/7). Ele foi conhecer a UCSGraphene, planta de pesquisa e produção industrial do grafeno, bem como fez a abertura da 1ª Feira Brasileira do Grafeno. Em Caxias, ficou três horas. Chegou por volta das 14h e depois foi de helicóptero para Bento Gonçalves por volta das 17h. Segundo fonte próxima ao presidente, ele estava cansado quando chegou ao Aeroporto Regional Hugo Cantergiani e começou a apresentar dificuldades para falar. Em diversos momentos, durante os atos oficiais na UCS, suas expressões indicavam a crise de soluço e algum mal-estar. Não conseguiu sequer cantar o Hino Nacional. Seu discurso no Ginásio 1 da Vila Olímpica da UCS, em consequência do quadro que apresentava, durou pouco mais de 10 minutos.
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Em Bento Gonçalves, participou de jantar com lideranças de setores econômicos do município na Vinícola Miolo e retirou-se cedo, por volta das 19h30min. Pernoitou na Vila Militar e, no sábado de manhã, acordou cedo e bem disposto, atendendo apoiadores ao deixar o alojamento e concedendo entrevista sem dificuldade para falar. Depois, cumpriu jornada extensa em Porto Alegre, com passeio de moto e almoço com empresários que se prolongou durante a tarde, evidenciando administrar melhor o quadro de saúde do dia anterior, na Serra.