Dentro do projeto editorial de atenção às eleições municipais, o Pioneiro criou a seção Olhares da cidade. Este espaço é dedicado a depoimentos de pessoas de diversos perfis, que compõem a representatividade da população. O objetivo é contribuir com o debate eleitoral ao contemplar visões específicas que cada um tem sobre a cidade e qual sua relação com a cidade, compondo um cenário plural, a partir de ângulos complementares.
Confira a seguir o terceiro depoimento, de Renata da Silva Jesus, 45 anos.
"Eu sou a professora Renata da Silva Jesus, tenho 45 anos, trabalho na rede municipal e estadual, sou natural de Caxias do Sul, nasci no Hospital Pompéia desta cidade e sempre brinco que nasci na terra da uva e do vinho, mas que tenho a cor da Bahia. Talvez por isso que muitas vezes as pessoas me perguntam se eu nasci aqui.
Caxias do Sul é um lugar organizado, limpo, com bastante trabalho, mas uma cidade precisa de muito mais coisas que isso. Caxias do Sul seria mais aconchegante, mais humanizada se algumas atitudes desagradáveis não acontecessem como racismo, por exemplo. Infelizmente, já passei por agressões racistas em Caxias do Sul e aí acabei me tornando antirracista.
Procuro sempre fazer atividades com os estudantes relacionadas a isso, porque é essencial, aqui em Caxias e em qualquer lugar do mundo. Sendo assim, uma cidade com mais respeito, com diversos grupos que vivem aqui, com igualdade de oportunidades, com mais saúde, mais qualidade de vida, mais trabalho, mais educação, mais espaço de lazer realmente para todos e não apenas para um pequeno grupo tornariam Caxias do Sul uma cidade melhor.
Todos os habitantes de Caxias do Sul merecem ser tratados com dignidade humana. E o antirracismo precisa acontecer. Mesmo que eu não fosse negra eu iria trabalhar sobre esse assunto, falar sobre essas coisas, da importância do respeito e da dignidade humana para todos."