O parecer pelo prosseguimento da denúncia contra o prefeito de Caxias do Sul, Daniel Guerra (PRB), não foi uma surpresa para o denunciado. A decisão da Comissão Processante foi anunciada em coletiva de imprensa no final da tarde desta quinta-feira. Embora tivesse muita convicção da defesa apresentada, o advogado Heron Gröehler Fagundes já esperava pelo resultado, previsível, segundo ele, pelo posicionamento político e pessoal dos membros da Comissão Processante.
— Respeitando, claro, a decisão da Comissão Processante, do entendimento que eles tiveram, quero acreditar que a comissão se debruçou nesses cinco dias, menos até, e tenha realmente feito uma análise criteriosa sobre uma defesa que tem mais de duas mil folhas. Quero crer que, na pontualidade, todos os quesitos, toda a defesa realmente tenha sido lida e apreciada com a profundidade e respeito que merece, até porque isso envolve uma comunidade inteira. Caso contrário, se não foi feita essa análise, pontualizada, a nossa defesa serviu somente para preencher protocolo.
Heron deve reunir-se com o prefeito nesta sexta-feira ou na segunda-feira para discutir o parecer e os próximos passos do processo. Ele diz que agora é preciso se concentrar no que o presidente da comissão, vereador Edson da Rosa, determinar. Apesar do parecer negativo para Guerra, Heron diz que o prefeito está confiante.
— Juridicamente o impeachment não tem vazão para acontecer. Agora, em se tratando de casa política, as decisões fogem um pouco desse foco jurídico. Estaria mais sendo provocada pela questão política e aí é uma situação muito pessoalizada. Ou seja, cada vereador tem o seu entendimento que poderá ser convencido ou não por aquilo que será construído nos próximos dias — acrescenta.
O prefeito não quis comentar a decisão da comissão.
Leia também
Comissão Processante da Câmara é favorável ao seguimento do processo de impeachment do prefeito de Caxias
Expressão "mini-Brasília" provoca pedido de providências ao Ministério Público, em Caxias
Defesa do prefeito de Caxias do Sul e Câmara divergem sobre prazo para conclusão do processo de impeachment