Os argumentos apresentados pelo PCdoB em defesa da neutralidade neste segundo turno da eleição em Caxias do Sul merecem análise. O partido emitiu nota no sábado, quando decidiu não dar apoio nem a Daniel Guerra (PRB), nem a Edson Néspolo (PDT). Nos dois casos, os comunistas falam em afronta à democracia.
Guerra, por combater os partidos, é visto pelo PCdoB como "a essência do fascismo". Em relação a Néspolo, pesa a posição do PDT local, favorável ao impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), contrariando o PDT nacional.
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Não foi dito nada em relação às propostas de ambos para Caxias e sobre a atual administração municipal, representada pelo pedetista. O PCdoB fez parte do governo Alceu Barbosa Velho (PDT) desde a primeira hora, com o comando da Secretaria da Habitação até março deste ano pelo vereador reeleito Renato Oliveira.
No caso de Guerra, não foi falado no impeachment, embora o PRB tenha sido favorável à saída da presidente. Se Assis Melo, candidato a prefeito pelo PCdoB, alicerçou sua campanha no jargão "Primeiramente, Fora, Temer", Guerra foi autor de uma moção de apoio à abertura do processo de impeachment, aprovada pela maioria dos vereadores. Mas pesam aí outros cenários eleitorais. Em Canoas, onde também está sendo disputado o segundo turno, o PCdoB integra a chapa liderada por Beth Colombo, que é do PRB.
O interessante na coligação é que o grupo da candidata do mesmo partido de Guerra junta PT, PDT, PP, PSB, PCdoB, PROS, PPS,PSD, PV, PTC, PTN, PHS e SD.
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Rosilene Pozza
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