"Caxias não pode virar um Rio Grande ou uma Grécia", afirma prefeito sobre salários

Depois de anunciar o veto ao projeto de repasse da inflação do ano passado aos salários de prefeito, vice e secretários de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho falou, em entrevista coletiva na manhã desta sexta-feira, sobre o impasse na negociação do dissídio com os servidores do município. O repasse trimestral da inflação será mantido, mas os funcionários reivindicam aumento real e decretaram estado de greve.

- Estou com os pés no chão. Como se pode falar em greve? É inacreditável. Vai chegar um dia em que vamos matar a vaca. Não podemos virar um Rio Grande ou uma Grécia - disse Alceu.

O prefeito questiona que outra categoria recebe repasse da inflação a cada três meses. Alceu também enumerou uma série de direitos adquiridos que os servidores caxienses têm: 5% de avanço salarial a cada três anos, 19% de gratificação por tempo de serviço ao completar 15 anos e 35% aos 25 anos, cinco faltas sem justificativa por ano e licença-prêmio de três meses a cada cinco anos.

- Os políticos fizeram chegar aqui, em uma demagogia desenfreada, de não saber dizer não - criticou.

Alceu lembrou que em 2001, quando era vereador, apresentou projeto ao lado da então vereadora Geni Peteffi para limitar as incorporações aos salários de servidores de carreira que ocupam cargos de chefia ou secretarias.

Nas entrelinhas, o repasse trimestral não está garantido para o segundo semestre, uma vez que as negociações entre administração e servidores estão em impasse.
Pelo Twitter, o presidente do Sindicato dos Servidores, João Dorlan, reagiu imediatamente: "Ele (Alceu) tem de se atualizar. Bento também paga trimestralidade. É uma conquista dos servidores desde a  greve de 1993 e não abrimos mão. Se mexer com ela a casa cai".

Sobre o veto ao repasse da inflação aos salários de prefeito, vice e secretários, Dorlan comentou: "era o mínimo que se esperava".