
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (13), a Operação Phantom, que investiga um grupo da Serra gaúcha responsável por extorquir um empresário em mais de R$ 2 milhões em Cuiabá, capital do Mato Grosso. Estão sendo cumpridos 13 mandados de prisão preventiva e 15 de busca e apreensão em Bento Gonçalves, Caxias do Sul e Guaporé, no Rio Grande do Sul, e Itajaí, em Santa Catarina. Até o momento, 11 pessoas foram presas, sendo 10 na Serra e uma em SC, segundo o delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudações (DRCID) do Rio Grande do Sul, João Vitor Herédia.
Ao longo da apuração, os policiais descobriram que os suspeitos se passavam por policiais e parentes de supostas vítimas para extorquir empresários. Eles utilizavam perfis falsos nas redes sociais, se passando por mulheres para convencerem as vítimas a encaminhar conteúdos sigilosos. Na sequência, começavam a trocar vídeos e fotos íntimas por aplicativos de mensagens. A partir daí, outro criminoso entrava em cena, fazendo-se passar por um policial civil ou pelo suposto pai da jovem, alegando que ela é menor de idade e que a vítima estaria praticando pedofilia por intermédio da internet.
No caso que desencadeou a operação, um empresário de Cuiabá foi coagido a transferir mais de R$ 2 milhões aos criminosos, sob a ameaça de ter seu nome envolvido em investigações falsas ou de ter supostas imagens íntimas suas divulgadas.
A Justiça determinou, além das prisões, o sequestro de bens móveis e imóveis, bem como o bloqueio de contas bancárias dos investigados. Segundo a polícia, os presos possuem ligações com o tráfico de drogas e com facções criminosas atuantes na Serra gaúcha.
A operação é realizada pela Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes Informáticos (DRCI), em conjunto com a Delegacia de Polícia de Repressão a Crimes Informáticos e Defraudações da Polícia Civil do Rio Grande do Sul.
As investigações começaram em 2021, na época em que ocorreram os crimes, e conduzidas pelo delegado adjunto da DRCI, Gustavo Godoy Alevado. Após identificação dos suspeitos no Rio Grande do Sul, o delegado João Vitor Herédia foi responsável pela coordenação operacional da ação.