Com o registro de cinco assassinatos, a violência chamou atenção na noite de segunda-feira (15) em Caxias do Sul. Quatro homens e uma mulher foram mortos em poucas horas, mas, até o momento, as lideranças da Brigada Militar (BM) e da Polícia Civil afirmam que é cedo para dizer que os casos têm relação. A confirmação só deve sair após a investigação da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP).
No primeiro crime de segunda, Diego Soares dos Santos, 32 anos, foi encontrado morto em um matagal na Rua Padre Antônio Vieira, no bairro Cristo Redentor, por volta das 19h. Cerca de uma hora depois, Augusto César da Silva Barbosa, 22, foi executado na Rua Martins Neves da Rocha, no Centenário. Os suspeitos deste último crime fugiram do local e, na fuga, entraram em confronto com uma guarnição do CRPO Serra. João Vítor de Carvalho Oliveira, 21, foi morto pelos policiais.
Quase duas horas depois, Henrique Turossi Silva, 41, foi encontrado morto na Rua Luiza Mondim Bedin, no bairro Jardim América. Já na manhã desta terça (16), o corpo de uma mulher foi encontrado às margens da Estrada Santo Antônio da Sexta Légua, próximo ao crematório São José, com quatro ferimentos de tiro na cabeça. A Polícia Civil, no entanto, acredita que pelo estado do corpo, a morte tenha ocorrido ainda na noite de segunda.
Mesmo sem ainda conseguir traçar um paralelo entre as mortes, o comandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12° BPM), tenente-coronel Ricardo Moreira de Vargas, destaca que o tráfico de drogas é a principal motivação para essa onda de violência:
— Isso é levando em conta os antecedentes policiais dos mortos (todos, fora a mulher que ainda não foi identificada, têm passagens pela polícia) e onde eles foram encontrados ou executados. Esses locais são frequentados por traficantes.
O comandante do CRPO Serra, coronel Márcio José Rosa da Luz, diz que desde o início do mês está sendo realizada uma força-tarefa para reduzir os índices de mortes violentas em Caxias.
— Devemos reforçar o efetivo e atuar com mais pressão operacional ainda. Tanto que uma das mortes da segunda-feira aconteceu e as nossas equipes de inteligência estavam bem próximas do local (se referindo à execução no bairro Centenário). Por muito pouco não conseguimos evitá-la — disse o comandante do CRPO Serra.
Para o delegado regional Rodrigo Kegler Duarte, é cedo para traçar um paralelo entre as mortes. Segundo ele, em três dos cinco homicídios as vítimas foram mortas com disparos de arma de fogo 9mm, sendo que uma arma desse calibre foi apreendida durante o confronto no bairro Centenário. Segundo Duarte, apenas uma perícia técnica poderá comprovar ou não a ligação e se existe mesmo relação das mortes com o tráfico de drogas:
— O que chama atenção é o mesmo calibre da arma e o espaço curto de tempo entre os eventos.
Com mais esses cinco homicídios, Caxias do Sul chegou a 13 mortes violentas em 15 dias de 2024. Esse número de mortes é maior do que o contabilizado em todo janeiro do ano passado.