A Justiça condenou na noite de terça-feira (20) três homens pelo envolvimento no homicídio de Patricia Marques Muller, 28 anos, em abril de 2019, em Bom Jesus. Ela foi assassinada e esquartejada, sendo que o corpo foi localizado no dia 8 de maio do mesmo ano parcialmente carbonizado, em decomposição e com partes desmembradas. Patricia foi identificada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) por meio de uma prótese em uma perna, de tatuagens e exame de DNA.
O réu Tobias Almeida Santos foi sentenciado a uma pena de 24 anos e cinco meses de reclusão por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa. Lucas Rodrigo da Silva Velleda, que chegou a ficar um período foragido após o crime, foi condenado a 23 anos de reclusão pelos mesmos motivos. Douglas Córdova Borges recebeu pena de dois anos por ocultação de cadáver e associação criminosa.
O julgamento do trio começou na segunda-feira (19), em Bom Jesus, e foi encerrado na noite de terça-feira (20). Velleda foi representado pela Defensoria Pública, que informou, via assessoria de imprensa, que se manifestará somente nos autos do processo.
Responsável por defender Borges, o advogado Rafael Santos Oliveira diz que a pena imposta ao cliente já foi cumprida, porque ele já estava há quatro anos em prisão preventiva.
— Nossa pretensão foi acolhida, afastada a condenação por homicídio triplamente qualificado. Na sessão de julgamento, defendemos a condenação do Douglas pelo delito de ocultação de cadáver e associação criminosa, pois entendemos que havia coerência nesse sentido — diz Oliveira.
A defesa de Santos diz que "está sendo avaliado, em conjunto, a dosimetria da pena para interpor um recurso".
Relembre o crime
:: A investigação da Polícia Civil concluiu que Patricia foi morta com uso de um serrote e de um machado. Ela teve o corpo cortado e ateado fogo. Conforme a investigação, Patricia saiu de Feliz, onde morava, para viver com amigas em Bom Jesus, em 9 de abril de 2019. O último contato dela com familiares foi no dia 21 de abril, data do seu aniversário.
:: O corpo foi encontrado em uma estrada na localidade de Mandaçaia, a cerca de quatro quilômetros da área urbana de Bom Jesus, no dia 8 de maio do mesmo ano. Estava parcialmente carbonizado, em decomposição e com partes desmembradas. Ela foi identificada pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) por meio de uma prótese em uma perna, de tatuagens e exame de DNA.
:: A necropsia apontou que ela foi atingida com golpes de objeto cortante, mas não foi possível concluir se estava viva ou morta quando foi esquartejada e queimada. A polícia conseguiu chegar à casa que teria sido usada para o assassinato na Rua Arlindo Panenbeker, no bairro Santa Catarina, onde foram encontradas diversas peças de roupa, cinco facas, um serrote, um machado e outros objetos. O exame de DNA comprovou que o sangue que estava no serrote e machado eram da vítima.
:: Foram identificados três homens que estavam na casa e eram suspeitos de praticarem o crime e tentarem ocultar o corpo.
:: A investigação da Polícia Civil apontou, na ocasião, que o trio seria integrante de uma facção ligada ao tráfico de drogas e teria matado Patrícia porque os condenados achavam que ela teria contato, em Feliz, com pessoas de uma facção rival.