O Tribunal do Júri de Caxias do Sul condenou os dois réus acusados do assassinato do mecânico Bruno Ribeiro Souza, 20 anos, em 2019. Autor confesso do tiro fatal, Cristiano Pereira de Almeida, 30, foi sentenciado a 14 anos e seis meses de reclusão. Já Paulo Pires de Moraes, 32, que participou do ataque, foi condenado a 15 anos de prisão. O júri terminou no início da madrugada desta quinta-feira (25).
O defensor público Cláudio Covatti, que representou Almeida no júri, afirma que, no entender do réu e da Defesa Pública, a decisão foi contrária à prova dos autos e, assim, irá recorrer para que o réu seja submetido a novo julgamento. O recurso também terá como objetivo a diminuição da pena de reclusão aplicada.
A advogada Daniela da Silva, que representa o réu Moraes, declarou que também pretende recorrer do resultado. Ela entende que as provas são contrárias a decisão tomada pelos jurados e ressalta que há um réu confesso, Almeida, enquanto seu cliente nega autoria.
O assassinato de Souza aconteceu na madrugada do dia 26 de maio de 2019, quando ele participava de um jantar na casa do amigo de um primo, na Rua das Esmeraldas, no bairro Villa Lobos, em Caxias. Conforme a denúncia do Ministério Público (MP), por volta das 4h, Almeida, que era vizinho do local, invadiu a moradia e agrediu o proprietário com uma enxada. O acusado teria reclamado da música alta e deixado a residência ameaçando voltar e "matar todo mundo".
A confraternização foi encerrada e, quando os convidados buscavam seus carros na rua, Almeida apareceu acompanhado do outro réu, Moraes, ambos armados. Conforme o MP, eles agrediram diversas pessoas e, depois, Almeida atirou contra Souza, um dos convidados do jantar. Ele foi atingido na cabeça e morreu.
A promotoria relatou que o homicídio foi praticado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima. Almeida está preso preventivamente desde o dia 17 de julho de 2019 e segue no sistema penitenciário. Já Moraes está recolhido desde 4 de fevereiro de 2020.
No interrogatório da fase processual, Almeida alegou que agiu em legítima defesa. Ele admitiu a briga pelo som alto, mas relatou que encontrou diversas pessoas em frente da sua casa, atirando pedras e garrafas contra a sua residência, e que atirou para se defender. Almeida também declarou que o outro réu, Moraes, não estava com ele no momento da briga.
Já Moraes negou participação no crime e declarou que só soube do homicídio no dia seguinte. Ele admitiu que estava com uma arma de fogo no momento de sua prisão. Junto ao homicídio qualificado, Almeida também era acusado por fraude processual, pois, segundo o Ministério Público (MP), ele arremessou pedras no telhado de sua residência e quebrou garrafas, espalhando os cacos pelo local, para defender sua tese de legítima defesa. Ele foi absolvido desta acusação.