Bruna Silva, 19 anos, morreu nesta quarta-feira (25), dois dias depois de ser espancada pelo namorado em Bom Jesus. Ela foi internada no hospital da cidade no dia seguinte devido aos ferimentos. Teve alta na quarta de manhã e voltou ao hospital à noite, quando morreu. O delegado regional Carlos Alberto Defaveri, que atendeu o caso, diz que perícia não encontrou vestígios internos de violência, apesar de família e médico que atendeu a jovem suspeitarem que foi agressão que a matou.
Bruna foi espancada pelo homem na noite de segunda-feira (23), ocorrência atendida pela Brigada Militar (BM) e registrada na Polícia Civil. O agressor não foi preso, mas Bruna, na ocasião, solicitou medida protetiva de urgência. A jovem dormiu em casa e foi trabalhar no dia seguinte, mas passou mal e procurou atendimento médico na terça-feira (24). Ela ficou internada até a manhã de quarta-feira (25), quando recebeu alta médica às 9h30min. Bruna passou mal novamente e voltou para o hospital naquela tarde, por volta das 15h. A jovem morreu à noite.
A causa da morte, contudo, não foi esclarecida pelo exame preliminar. O médico que atendeu a jovem no hospital suspeitou de hemorragia interna, segundo a polícia, que solicitou perícia. A necropsia foi encerrada na manhã desta quinta e encontrou um derrame pleural num dos pulmões da jovem, mas sem presença de sangue - o que indicaria violência -, apenas líquido. O material foi coletado e enviado para exames em um laboratório do Instituto Geral de Perícias (IGP). Desta forma, o delegado Defaveri afirma que o caso não é investigado como um feminicídio.
Sobre Bruna ter recebido alta médica do hospital e horas depois ter morrido, o delegado Vitor Boff, responsável pela delegacia de Bom Jesus, afirma que "todas as circunstâncias que levaram a esta morte precisam ser verificadas".
"Ela era uma excelente mãe", diz amiga da jovem que tinha um filho com o homem apontado como agressor
A notícia da morte de Bruna foi recebida com surpresa e tristeza pela amiga de infância Paula Ketlen Pereira da Silva, 19 anos:
— Eles (Bruna e o agressor) estavam juntos há três anos e ela nunca falou de agressões. Ela dizia que ele era gentil com ela e ficou apavorada com o que ele fez. Perdi minha amiga, ela era uma pessoa incrível, sempre disposta, alegre e gentil. Íamos para escola juntas, crescemos juntas. Ela passava sempre na minha casa. A Bruna era uma ótima amiga, confidente, leal. Ela gostava bastante de sair e de viajar — lembra.
Bruna trabalhava em uma farmácia e iria começar a cursar faculdade em fevereiro do ano que vem. A amiga afirma que a paixão da vida dela era o filho de dois anos:
— Ela era uma excelente mãe. A Bruna era dedicada e preocupada com o futuro do filho.