Baleado quatro vezes durante um assalto nesta terça-feira (19) em Caxias do Sul, o motorista de aplicativo Juliano de Matos Jornada, 31 anos, não corre risco de morte. Os ferimentos foram superficiais, de acordo com familiares. Ainda segundo a família, os médicos retiraram duas balas que ficaram alojadas na cabeça de Jornada, mas decidiram não remover as duas cápsulas que estão nos músculos do braço e das costas da vítima.
— Foram quatro tiros. Graças a Deus, foi tudo de raspão. (Juliano) está consciente e tranquilo. Ele falou que os criminosos pareciam estar drogados, talvez por isso tenham errado a mira — conta Maira Gabriela Jorge, casada com a vítima há oito anos.
Jornada trabalha como motorista de aplicativo há um ano e essa era a primeira corrida que ele atendia nesta terça.
— Ele começou às 6h30min e foi chamado às 6h40min. Era um assalto, porque chamaram pelo aplicativo. Durante todo tempo o ameaçaram e deixaram bem claro que iriam matá-lo. Foi muita sorte não terem conseguido — conta a esposa.
O veículo da vítima foi recuperado pela Brigada Militar (BM) graças ao rastreador que possuía. O GPS apontou para a Rua Artur Rodolfo Rosarola, no bairro Planalto, onde dois suspeitos foram detidos: Deiviti Anderson Paim Seben, 25, e Fernando Noronha Farias, 27.
_ Eles foram autuados em flagrante por roubo majorado por lesão. Ambos possuíam antecedentes criminais e foram reconhecidos pela vítima (que estava no hospital) por foto. A mulher (de 25 anos, que também foi detida) foi autuada por receptação (do carro roubado) — esclarece a delegada plantonista Thalita Andrich, apontando que os flagrados optaram por permanecer em silêncio.
De acordo com a BM, ambos os presos deveriam estar cumprindo prisão domiciliar. Seben progrediu de regime em abril e possui antecedentes por tráfico de drogas, furtos e ameaças. Já Farias estava em prisão domiciliar desde outubro de 2018 e possui antecedentes por homicídio, roubo de veículo e porte ilegal de arma de fogo.
Após o crime, dezenas de motoristas de aplicativo se mobilizaram em frente à Central de Polícia, no bairro Jardim Margarida, e buscaram apoio na Câmara de Vereadores. A intenção é pedir mudanças na legislação municipal, possibilitando mais segurança aos profissionais.
— Queremos que as plataformas ofereçam ferramentas de proteção, como mostrar a foto do passageiro e o destino da viagem, antes de aceitarmos a corrida. É algo que já acontece em Porto Alegre e queremos para a nossa região. Precisamos destas ações preventivas — argumenta o motorista Maiquel Borba.