A Polícia Civil de Caxias do Sul acredita que o assassinato de Vinícius Ferreira da Silva Gatelli, 25 anos, ocorreu em um local diferente de onde o corpo foi localizado, por volta das 20h20min de sexta-feira (3). O professor foi avistado já sem vida pelo motorista de uma van escolar às margens da Rua Luiz Covolan, no Loteamento Mattioda, embaixo da ponte da Rota do Sol. O corpo estava enrolado em um edredom.
Conforme o delegado Rodrigo Kegler Duarte, o terreno onde estava Gatelli não apresentava nenhum vestígio de que fosse o local do crime. Não havia, por exemplo, presença de sangue ou cápsulas da arma utilizada pelo assassino.
Ainda na manhã desta segunda-feira (6), familiares de Vinícius e amigos próximos seriam intimados a prestar depoimento. O objetivo do delegado é traçar um perfil histórico da vítima para elaborar uma linha de investigação. A intenção é ouvir as primeiras pessoas ainda na tarde desta segunda.
— O que temos são as informações do local do crime. É muito preliminar para trilhar uma linha de investigação — revela Duarte.
Um ponto que chamou a atenção da polícia é a quantidade de ferimentos a bala que o corpo apresentava: nove no total, inclusive um na cabeça. A quantidade exata de tiros, porém, depende do laudo da necropsia, já que um projétil pode causar mais de um ferimento. O resultado da perícia costuma ser entregue em cerca de um mês.
Junto ao corpo também havia uma carteira de couro com R$ 1.571,85 em dinheiro, uma nota de US$ 1, um chaveiro e a nota fiscal de uma padaria. Como o dinheiro não foi levado, a possibilidade de um latrocínio poderia ser afastada, mas o celular do professor não foi localizado.
A Polícia Civil também irá buscar imagens de câmeras de segurança para tentar descobrir por onde o professor passou antes de ser morto. Gatelli havia saído de casa, no bairro Desvio Rizzo, por volta das 19h de sexta. Segundo a família, ele iria com amigos a um jantar de despedida, já que o contrato dele na Escola Estadual Sílvio Dal Zotto, no bairro Santa Catarina, não seria renovado. Conforme apurado pela reportagem do Pioneiro, o professor foi visto sacando dinheiro em um caixa eletrônico de um posto de combustíveis perto de casa. A testemunha não soube dizer, no entanto, se o saque foi realizado na quinta-feira (2) ou na sexta-feira. O crime ocorreu em um intervalo de cerca de uma hora e meia, entre a hora que o professor saiu de casa e a hora em que foi encontrado.