Um homem de 28 anos se apresentou a Polícia Civil de Caxias do Sul e confessou a morte de Buenio de Freitas Cavalcante, 25 anos, na quinta-feira passada (dia 24). O autor alega legítima defesa e diz que a discussão com a vítima se iniciou porque este usuário de drogas e costumeiramente praticava furtos. A Delegacia de Homicídios aguarda por perícias e procura relatos de testemunhas para confrontar a versão do autor confesso.
A identidade do investigado não foi divulgada, apenas que ele é nordestino igual a vítima, porque a investigação prossegue e o delegado Rodrigo Kegler Duarte teme represálias. O chefe da Homicídios aponta que uma dificuldade enfrentada é que ainda não foi identificada nenhuma testemunha.
— Chegaram diversas informações de quem ouviu falar (sobre a briga), mas ninguém que afirme ter visto os fatos. Sabemos que haviam diversas pessoas no local, mas aparentemente elas não querem se envolver — lamenta Duarte.
O autor confesso diz que é vendedor de artesanatos e que já havia sido vítima dos supostos furtos de Cavalcante. Naquela tarde, o investigado afirma que procurou a vítima e pediu para que ela parasse com os furtos. Conforme a versão do autor, Cavalcante teria se exaltado e puxado uma faca.
— A versão é que a vítima tinha uma faca, investiu contra ele e houve luta corporal. Ele conta que tomou a faca (de Cavalcante) e o golpeou com uma estocada. Depois, diz que foi embora e deixou a faca no local — relata o delegado Duarte. A arma do crime, contudo, não foi encontrada pelos policiais que atenderam a ocorrência.
Conforme moradores do bairro Jardelino Ramos, Cavalcante era conhecido por ser usuário de drogas. Ele, inclusive, carregava um isqueiro e um cachimbo artesanal usualmente utilizado para consumo de crack no dia do crime. Contudo, a vítima não possuía antecedentes criminais, segundo a Polícia Civil.