O que uma arara azul e um grafite têm em comum? Em Caxias do Sul, ambos são ferramentas importantes na defesa da arte como linguagem educacional. Os dois “personagens” estão na capa e recheio de cartilhas criadas para estudantes do ensino público municipal, resultado de parceria entre o Instituto SAMbA e a Fundação Marcopolo, por meio do Projeto Escolas. Cerca de seis mil estudantes da cidade receberam o material desde a última semana e, por meio dele, devem acessar universos da arte urbana e da ecologia. A iniciativa terá continuidade em 2021.
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A arara é a protagonista da cartilha Ararinha Azul e os Amigos Bichos do Brasil, que deverá ser trabalhada com alunos com idades entre cinco e 10 anos. O livrinho investe numa linguagem lúdica e interativa para ensinar aos pequenos sobre animais que se encontram em extinção no Brasil. Vale lembrar que a ararinha é uma “velha conhecida” do Instituto SAMbA, que encabeça, desde sua criação, projeto artístico que tem na arara azul seu personagem principal. O animal estampa diversos produtos criados por artistas locais vendidos no SAMbA em prol da causa ambiental. Algumas dessas obras também estão na cartilha, assinadas por artistas como Mara De Carli, Rafael Dambros e Vivi Pasqual.
– Acredito muito no trabalho com as crianças porque elas interferem no seio familiar. De alguma forma, elas estarão brincando e descobrindo animais que são muito importantes para o Brasil – explica Jessica De Carli, diretora do Instituto SAMbA.
Já a cartilha Arte Urbana nas Escolas é dedicada a alunos com mais de 13 anos. O conteúdo foi criado por dois artistas que entendem muito do assunto e que possuem experiência ampla no trato com a gurizada: o grafiteiro Andrigo Martins e o rapper e educador social Chiquinho Divilas. Assim como o material criado para os pequenos, a cartilha investe na interação com os alunos, propondo a criação de rimas e até de um alfabeto próprio (como os grafiteiros fazem). Tudo com o intuito de valorizar a arte urbana e estimular a criatividade da gurizada.
– Imagino que essas cartilhas possam incentivar os estudantes a terem um olhar para a arte e para a cultura. E o Projeto Escolas, da Fundação Marcopolo, foca justamente na cultura enquanto educação, então, são projetos culturais focados na educação. É um jeito de ver o quanto a arte pode ser modificadora dentro desse processo – contextualiza Jessica.
Outro artista que se uniu à causa foi o pernambucano Bozó Bacamarte. Em passagem por Caxias, ele deixou uma obra imortalizada na Fundação Marcopolo como prova de quem acredita no poder transformador dos projetos sociais que inserem a molecada no universo artístico. Não podia ser diferente, já que Bozó, hoje artista reconhecido nacionalmente, também teve seu primeiro contato com arte por meio de um projeto nesses mesmos moldes.
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