Uma semana depois de um ciclone bomba atingir o Sul do Brasil e deixar um rastro de destruição no Rio Grande do Sul, o Estado fica novamente em alerta com a previsão da chegada de um ciclone extratropical entre esta terça-feira (7) e quarta-feira (8). A previsão é que ciclone ganhe força no decorrer desta terça-feira.
Até o final da manhã, os bombeiros de Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Bom Princípio, Canela, Carlos Barbosa, Farroupilha, Nova Petrópolis, Garibaldi, Gramado, Guaporé, Nova Prata, São Francisco de Paula, São Marcos, São Vendelino, São Sebastião do Caí e Vacaria não receberam chamados por conta da chuva.
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Mesmo assim, tanto a Defesa Civil, quanto as equipes dos Bombeiros estão de prontidão e preparadas para atuar caso sejam acionadas. Há riscos, mais uma vez, de alagamentos, cheias de rios e deslizamentos em algumas áreas mais vulneráveis da Serra. O Coordenador Regional da Defesa Civil, Tenente Coronel Sandro Carlos Gonçalves da Silva, afirma que nos 62 municípios da Serra e Campos de Cima da Serra, ainda não foram registradas situações provocadas pela chuva.
A orientação aos municípios, segundo ele, é que a Defesa Civil monitore os riscos de cada cidade. O coordenador também alerta a população:
- Se mantenham se em locais seguros e se protejam.
MONITORAMENTO
Na semana passada, o fenômeno provocou alagamentos, enchentes, destelhou casas, arrancou árvores e deixou clientes sem energia elétrica na região da Serra. Nos Campos de Cima da Serra, as cidades mais afetadas foram Vacaria, Muitos Capões, Capão Bonito do Sul. Já em São Sebastião do Caí, 73 pessoas tiveram que deixar suas casas com a cheia do Rio Caí.
As equipes dos Bombeiros estão em alerta e monitorando as chuvas em cada cidade. Na região, o relato é de que chove de maneira contínua, mas não com intensidade, ou seja, ainda não há temporais na Serra. Em Vacaria, por exemplo, durante à noite, segundo os Bombeiros, o vento era forte, mas pela manhã, a chuva que caia era fraca. Já Em Caxias a Defesa Civil monitorou 20 bairros para verificar a situação.
- A Defesa Civil recebe as informações e vai até o local para verificar dos riscos e danos. Dependendo da situação, a Defesa Civil encaminha para as secretarias competentes. Se for mais grave (desmoronamento), retira a família do local para não correr riscos e acha um abrigo temporário. Também faz a interdição e isolamento do local – explica o coordenador Alexandre Bortoluz.
Rio Caí
Em São Sebastião do Caí, mesmo com a chuva, as águas do Rio Caí nas últimas 18 horas tem baixado e, depois de ter atingido 7,62 metros na segunda, por volta das 14h, marcou 6,30 metros às 8h desta terça-feira. Mesmo assim, o alerta de uma nova cheia segue em vigor. O município segue mobilizado em caso de necessidade de remoção e atendimento de famílias ribeirinhas:
- Ainda temos a previsão de quase 100 milímetros de chuva na Serra. Se isso ocorrer ao longo da semana, em três dias, ficamos mais tranquilos quanto ao nosso trecho do rio. Porém, se esse volume cair em 12 ou 15 horas, voltaremos a ter enchente em São Sebastião do Caí - afirma o coordenador da Defesa Civil da cidade, Pedro Griebler.
O CICLONE
Uma área de baixa pressão que se forma no sul do Paraguai e se desloca rumo à costa cria um ciclone extratropical que deve atingir o Rio Grande do Sul ainda durante esta terça-feira. O fenômeno traz rajadas de vento acima dos 70 km/h e chuva intensa ao Rio Grande do Sul.
De acordo com a Somar Meteorologia, o pico deve ser registrado entre a tarde e a noite desta terça. Contudo, não se trata de um ciclone-bomba, que na semana passada causou muitos estragos, principalmente nos Campos de Cima da Serra. Mesmo assim o fenômeno pode provocar estragos em razão das rajadas de vento e da chuva intensa.
A instabilidade só deve dar trégua a partir de quinta-feira (9).Passado o temporal, a previsão é de frio para a Serra, com temperaturas abaixo dos 5 graus.
DICAS
Como agir antes, durante e após um temporal
Antes
Quando for possível, o ideal é adiar a saída de casa, a pé ou de carro, durante o temporal. Mantenha calhas e bueiros limpos para prevenir o risco de entupimento durante o período da chuva.
Ao sinal de chuva procure suspender móveis e eletrodomésticos evitando o contato com a água.
Desligue equipamentos elétricos da tomada e a chave geral, válvula do botijão de gás e feche o registro de entrada da água.
Verifique a origem de rachaduras nas paredes e no chão.
Faça revisões periódicas no telhado e nas calhas para evitar problemas como goteiras.
Descarte lixo descarte lixo corretamente para não piorar a situação de enchente.
Durante
Enquanto houver descarga elétrica, a orientação é que se evite o uso de aparelhos como telefone celular (principalmente se conectado à tomada), batedeira, chuveiro e secador.
Se a água começar a subir ou entrar em casa, o ideal é colocar os móveis em uma superfície elevada, além de retirar alimentos e documentos das prateleiras mais baixas.
Na rua, os motoristas devem redobrar a atenção: os faróis devem ser ligados e a velocidade diminuída.
Se perder a visibilidade por causa da chuva, o motorista deve parar o carro no acostamento, evitando ficar embaixo de árvores e em postos de gasolina.
Em caso de alagamento deve ser observado o nível da água: o limite é no meio da roda do carro. Se aumentar, a pessoa precisa parar o carro assim que possível.
Procure abrigo em local alto e seco fora do contato com a água.
Evite mudar de lugar para não ser levado pela enchente ao pisar em buracos.
Permaneça calçado.
Depois
A Defesa Civil orienta que pedestres e motoristas não passem por cima de áreas alagadas.
Não se arrisque em lugares inundados.
Descarte os alimentos e outros produtos que tiverem contato com a água.
Faça a limpeza de utensílios, objetos e cômodos que tenham entrado em contato com a água.
Não use água de poços ou fontes.
Limpe os locais atingidos pela chuva e lama usando luvas e botas, desinfetando objetos numa mistura de copo de água sanitária para 20 litros de água.