As rochas que serão derrubadas da encosta no km 43 da RS-122, em Farroupilha, têm aproximadamente o dobro do volume de tudo o que foi recolhido sobre a pista na primeira etapa dos trabalhos de desobstrução da estrada, entre os dias 6 e 14 de novembro. A estimativa é da equipe que atua nas perfurações para a implantação dos explosivos e remoção das pedras que ameaçam cair. No período, 4,7 mil toneladas de rochas foram retiradas de cima da pista e depositadas em um aterro ao lado da estrada, a poucos metros do ponto de desmoronamento. O transporte exigiu 210 viagens de caminhão.
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Inicialmente, as detonações estavam previstas para ocorrer até esta sexta-feira (29), mas a chuva da quarta feira (27) e um vazamento de óleo lubrificante na manhã de terça (26) atrasaram o serviço. Dessa forma, as explosões devem ocorrer nos próximos dias, mas ainda sem data definida. Os funcionários vão trabalhar durante todo o fim de semana para agilizar o trabalho. Diariamente, são utilizados 300 litros de diesel nas perfurações.
Conforme os engenheiros que coordenam a obra, serão quatro estágios de detonação que serão acionados com uma fração de segundo de diferença entre eles. O primeiro, que ficará mais afastado da beira da rodovia, servirá para recortar a rocha do restante do maciço. Já os outros três irão fragmentar a pedra para que ela não caia inteira sobre a pista.
Além de afastar o paredão da borda da rodovia, a detonação também deve formar um ângulo de 15º na encosta, que deve dificultar novos deslizamentos.
Na manhã desta sexta, 32 perfurações já haviam sido realizadas na rocha. Foram quatro pela manhã e outras nove ao longo da quinta-feira (28), que se somam aos 19 abertos entre segunda-feira e terça-feira. O número total de furos não está definido, mas, conforme a equipe, o trabalho na ponta norte da rocha, onde fica a maior parte do material a ser derrubado, já se encaminha para o final. Depois, será necessário perfurar a ponta sul, onde ficavam as pedras que deslizaram no início do mês. Nesse ponto, a equipe deve enfrentar menos dificuldade, já que a quantidade e a profundidade dos furos é menor.
Na manhã desta sexta, a perfuratriz atuava bem próximo da borda da encosta, onde a profundidade dos furos chega a 15,5 metros. Entre as dificuldades enfrentadas nesta etapa, estão as fissuras no interior da rocha, que fazem com que a broca fique presa. São essas fissuras que permitem a penetração da água que provoca as quedas de barreira.
Conforme a equipe técnica, aliás, todo o entorno do km 43 é sujeito a deslizamentos devido às características do maciço, que apresenta rachaduras em um ângulo de 45º, capaz de direcionar as rochas diretamente para a rodovia. Entre 2000 e 2001, a estrada ficou fechada por sete meses devido a escorregamentos que ocorreram simultaneamente a 100 metros e a 400 metros do ponto onde a barreira caiu no dia 4.