O prefeito Daniel Guerra (PRB) volta nesta terça-feira (12) a ter o futuro político nas mãos dos vereadores. Não tem tido vida mansa na Câmara: na abertura do ano legislativo, ele e o presidente do Legislativo, Flavio Cassina (PTB), mal trocaram um aperto de mão, a contragosto. E foi só. Mas daí a passar pedido de impeachment é outra coisa.
É o quinto pedido, cujo acolhimento deve ser votado na sessão desta terça. Não se imagina novo pedido de adiamento da votação, como ocorreu terça-feira passada, a pedido do vereador Edio Elói Frizzo (PSB).
O impeachment é instrumento legítimo e previsto na legislação. Mas só deve valer para casos extremos, como salvaguarda da sociedade a governantes que cometem exorbitâncias e ilegalidades. Cinco em uma mesma administração deve ser recorde.
Frizzo pediu adiamento e se debruçou sobre o pedido. Salvo desistência, que significará ter se convencido de que a admissibilidade não passa, o socialista tentará convencer sua bancada e os vereadores ainda indefinidos, ou até mesmo obter revisão de posições. Decorridos cinco dias do prazo do adiamento, o cenário se mantém praticamente o mesmo, pró-Guerra. Ainda há tempo, mas é quase certo que não haverá êxito nesta tentativa.
Pelo menos cinco votos
Já se sabe de 11 votos praticamente cristalizados contra o impeachment. Faltaria um para Daniel Guerra. Ainda assim, haverá votos pró-acolhimento do pedido assinado pelo então vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu. Pelo menos cinco. São eles: Alceu Thomé (PTB), Edio Elói Frizzo (PSB), Rafael Bueno (PDT), Paulo Périco (MDB), Gládis Frizzo (MDB). Flavio Cassina (PTB), não fosse o presidente da Câmara, que não vota, seria o sexto voto.
Em tempo: Fabris comunicou que irá protocolar uma nova emenda ao pedido de impeachment do prefeito. No documento, que deve ser entregue nesta segunda-feira na Câmara de Vereadores, ele contesta a lei que prevê um dia de entrada franca no Parque de Exposições durante a Festa da Uva e a defesa apresentada pela administração no caso dos honorários dos procuradores municipais.
Os mais fechados
No grupo dos mais indefinidos, estão Tatiane Frizzo (Solidariedade), Paula Ioris (PSDB), Velocino Uez (PDT) e Gustavo Toigo (PDT). Edson da Rosa (MDB), por seu perfil, tende a ser contra a aceitação. É o mesmo caso de Toigo. No caso de Tatiane, ela já disse que a linha de Neri, O Carteiro, de quem herdou a cadeira, é uma referência para ela. Dessa afirmação surge uma tendência a votar "não". Alberto Meneguzzi (PSB), por seu perfil político, também deve ser contra o acolhimento. Paula e Velocino são os mais indefinidos e fechados. Mas a coluna não vai fugir do prognóstico: a tendência é de que se definam contrários à aceitação.
Conclusão: o pedido de impeachment não avança. A chance é mínima.
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