
O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), 63 anos, foi confirmado neste domingo como o candidato à Presidência da República nas eleições deste ano pelo PSL. Embora presente à convenção do partido ao qual se filiou, a advogada Janaina Paschoal disse que ainda não aceitou o convite para ser vice.
O partido tem até 5 de agosto para anunciar quem irá compor a chapa.
— Nenhum partido anunciou seu vice ainda. A gente não foge de um filiado ao PSL ou de algum militar que esteja na ativa. A nossa lagoa é muito pequena para pegar um vice, mas vai sair um de qualquer maneira — disse o deputado.
O candidato do PSL discursou por 55 minutos para uma plateia inflamada que encheu o salão do Centro de Convenções Sul-América, no centro do Rio de Janeiro, com capacidade para 3 mil pessoas.
— Eu sei o desconforto que venho causando. Eu sou o patinho feio desta história, mas tenho certeza que seremos bonito brevemente — disse Bolsonaro.
Propostas
Apesar de afirmar que seu programa de governo não está concluído, Bolsonaro adiantou que quer excluir o das Cidades e fundir pastas como Fazenda e Planejamento, assim como Agricultura e Meio Ambiente.
O candidato prometeu ainda, se eleito for, privatizar estatais. Também não adiantou nomes, mas garantiu enxugar a Petrobras, que segundo ele "tem muitos braços'. Também afastou qualquer possibilidade de ocupação política em cargos executivos nos Bancos Central, do Brasil e Caixa Econômica Federal.
Sem vice
A advogada Janaina Paschoal frustrou a plateia, que já a saudava como vice, ao anunciar que ainda não tem resposta ao convite feito pelo partido. Inicialmente, ela pensou no cargo de deputada estadual por São Paulo.
— Nós iniciamos um diálogo bastante profícuo. Entendemos que para uma parceria de quatro anos esse diálogo precisa ser mais pormenorizado, porque é um trabalho conjunto. Então não é possível tomar uma decisão em dois dias — disse ela.
Isolamento
Com exceção dos políticos do PSL, discursaram apenas o general de Exército Augusto Heleno (PRP), que chegou a ser convidado para o cargo de vice, mas não comporá a chapa, e o senador Magno Malta (PR-ES).
No entanto, o isolamento político na campanha até agora foi contestado por Bolsonaro, que garante já ter entendimentos de apoio com 110 parlamentares de partidos do chamado de Centrão e que aparentemente não está preocupado com os restantes.
— Agradeço ao Alckmin por juntar o que há de pior do Brasil ao seu lado — criticou o candidato.
Participaram da convenção a mulher de Bolsonaro, Michele, os filhos Carlos, Eduardo e Flávio — este último confirmado como candidato do partido ao Senado pelo Rio de Janeiro. Também estavam presentes o coordenador do programa econômico da campanha, o economista Paulo Guedes, o presidente em exercício do PSL, Gustavo Bebbiano, e o vice-presidente nacional, Julian Lemos.