A Polícia Civil considera complicada a investigação da chacina que deixou quatro mortos no bairro Pioneiro, há pouco mais de uma semana. As primeiras diligências corroboram a hipótese de que a casa era utilizada como ponto de venda de drogas e o ataque faz parte de uma disputa entre facções. Como é comum em áreas dominadas pelo tráfico, não foram encontradas testemunhas do crime. Moradores próximos teriam relatado ter ouvido apenas o estalo das telhas após o início do incêndio provocado pelos autores da chacina.
As primeiras perícias confirmaram que as vítimas eram dois homens e duas mulheres e que todos foram baleados. Devido ao estado dos corpos, que foram carbonizados, a identificação só será confirmada pela comparação de DNA. A previsão é de que o exame demore dois meses. Sem o resultado oficial do Instituto Geral de Perícias (IGP), a Polícia Civil não fala em nomes das vítimas.
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Contudo, familiares e vizinhos confirmaram o nome de três pessoas à reportagem. Eles têm certeza que as vítimas eram Anderson Teixeira Maciel, 17 anos, a mãe dele, Tatiane Teixeira, 36, e a namorada do rapaz, Emily Conceição da Silva, 16. De acordo com um tio de Tatiane, Anderson seria usuário de drogas e as duas mulheres teriam ido atrás dele para impedir que ele comprasse droga. Da quarta vítima, um homem que seria traficante, os familiares não sabiam o nome. Familiares prestaram depoimento na semana passada e confirmaram que a casa na Rua João D'Andrea era utilizada para o tráfico.
Os exames ainda apontaram que os criminosos jogaram algum tipo de combustível no corpo das vítimas – o que confirma que o incêndio foi criminoso e premeditado. O laudo completo, no entanto, ainda não foi enviado para a Delegacia de Homicídios.
– É uma investigação que demanda tempo. Fomos até o local, mas não encontramos testemunhas do ataque. Além do exame do DNA, aguardamos as perícias no local do crime e nos corpos, que pode apontar por quantos tiros e aonde as vítimas foram atingidas – comenta o delegado Rodrigo Kegler Duarte.