
Há anos, a insegurança no entorno do Largo da Estação Férrea, em Caxias do Sul, é discutida com autoridades da cidade. Porém, até o momento, nenhuma ação resultou em melhorias para a região, localizada no bairro São Pelegrino. Na tarde desta quarta-feira, mais uma reunião entre integrantes da Associação Amigos do Largo da Estação (Aale), taxistas e a prefeitura debateu possíveis soluções que possam devolver a segurança e o sossego ao bairro. Mas, apesar de relatarem todos os problemas, principalmente, as badernas que acontecem entre as noites de sexta-feira e sábado, os participantes do encontro saíram com pouca perspectiva.
Segundo o chefe de Gabinete da prefeitura, Paulo Dahmer, o município seguirá com as fiscalizações habituais, mas não colocará guardas fixos para inibir a ação de criminosos e baderneiros.
– Discutimos alguns pontos e agora precisamos avaliar o que podemos fazer. É óbvio que com a redução de gastos da prefeitura, fica mais complicado bancarmos com tudo. Apresentei algumas ideias que temos referente ao ponto fixo para os taxistas e também colhemos algumas sugestões da associação, como a possibilidade de se fazer uma limpeza noturna em parceria com a Codeca. É de nosso interesse fazer com que a Estação tenha segurança e seja um bom lugar de convivência. Mas, por hora, seguiremos com as fiscalizações em parceria com a Guarda Municipal, Brigada Militar e a Secretaria de Urbanismo – explica.
Para Marcelo Constante, capitão da 2ª Companhia da Brigada Militar, o local recebe operações periódicas e já conta com policiamento ostensivo.
– Temos feito várias fiscalizações e os resultados são positivos. Também trabalhamos na conscientização, mas ainda falta um longo caminho para solucionar de vez os problemas da Estação.
OS PROBLEMAS
Sem controle
Mesmo sendo o maior ponto de encontro de jovens de Caxias do Sul, o Largo da Estação Férrea e ruas próximas não contam com policiamento fixo da BM ou segurança da Guarda Municipal. Essa é uma opção das autoridades possivelmente porque o efetivo empregado pelas duas corporações é menor à noite. Contudo, grandes shows ou eventos como a Festa da Uva geralmente contam com uma atenção maior do poder público. Essa mesma atenção poderia ser direcionada para a Estação Férrea, que também atrai público numeroso.
Infiltrados
Dependendo da época do mês, é comum ver centenas de jovens reunidos nas calçadas e nas esquinas. Mesmo que a BM realize abordagens em alguns momentos, traficantes, viciados em drogas, flanelinhas e baderneiros se infiltram entre os frequentadores de bem e agem assim que a polícia sai de cena.
Sem dono
Seguranças das casas noturnas não têm autorização para atuar na rua. Na prática, da porta para fora dos estabelecimentos, quando não há polícia, a Estação Férrea vira território sem dono. Sem vigilância, é possível constatar infrações de trânsito, menores consumindo bebidas, uso de drogas e provocações entre grupos. Criminosos inclusive se sentem empoderados para assaltar ou acertas contas com desafetos, a exemplo dos casos registrados neste ano.