De idade, eu tinha apenas 16 anos nas costas. De ousadia (ou de falta de noção), uns dez mil séculos espalhados por todo o ser: da cabeça aos pés, do cérebro aos dedos das mãos. E foi com esses últimos (o cérebro e os dedos das mãos) que me instrumentalizei para cometer a dita ousadia: escrever uma carta ao meu ídolo. A ousadia em si não residiu no ato de datilografar a carta na máquina de escrever portátil marca Facit que eu tinha em casa, naqueles idos dos inícios dos anos 1980 (época, jovem leitora, mancebo leitor, desprovida de internet e de paletas mexicanas). A ousadia mesmo foi o ato de selar o envelope e despachar a missiva pelo Correio, rumo à residência do destinatário.
Marcos Kirst
A fórmula segue secreta
O segredo envolve cogumelos tibetanos, filtros fumegantes e muita sorte
Marcos Kirst
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