
O Domingo de Ramos (13) é uma das datas mais importantes do calendário cristão, marcando o início da Semana Santa — período que relembra os últimos dias da vida de Jesus Cristo, sua paixão, morte e ressurreição. Celebrado no domingo que antecede a Páscoa, o Domingo de Ramos tem como principal símbolo os ramos de palmeira, que remetem à entrada triunfal de Jesus em Jerusalém.
No contexto histórico, a origem do Domingo de Ramos é descrita nos Evangelhos (Mateus 21, Marcos 11, Lucas 19 e João 12) e narra que Jesus foi recebido com entusiasmo pela população ao entrar em Jerusalém montado em um jumento — símbolo de humildade.
Domingo de Ramos é um convite à reflexão sobre valores como humildade, fé, compromisso e amor ao próximo.
JOSÉ GISLON
bispo diocesano de Caxias do Sul
As pessoas espalharam seus mantos no chão e agitaram ramos de palmeiras e oliveiras, saudando-o com gritos de “Hosana ao Filho de Davi!”, reconhecendo-o como o Messias esperado. Esse episódio antecede sua prisão e crucificação, e é relembrado em todo o mundo por meio de procissões, missas e encenações religiosas.
— O Domingo de Ramos, para nós, tem um significado muito forte, onde lembramos a cena quando Jesus entra em Jerusalém e é aclamado pelo povo. Jesus olha para o aleijado, que está sentado à beira do caminho, e acolhe esse que é considerado um excluído da sociedade. Ele cura o leproso, sempre no sentido de inserção, de comunhão, lembrando que essas pessoas também eram filhos e filhas de Deus. Então, mais do que uma celebração litúrgica, o Domingo de Ramos é um convite à reflexão sobre valores como humildade, fé, compromisso e amor ao próximo — ensina o bispo diocesano de Caxias do Sul dom José Gislon.
Nas celebrações, os fiéis levam ramos de oliveira, ou outras árvores, para as igrejas, onde são abençoados. Esta tradição simboliza a entrada de Jesus em Jerusalém e a vitória da vida sobre a morte. Tradicionalmente, após a bênção dos ramos nas igrejas, os fiéis os levam para casa, onde muitos os guardam como símbolo de proteção espiritual. Em algumas tradições, esses ramos são queimados no ano seguinte para gerar as cinzas da Quarta-feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma.
— Isso mexe muito com a vida das pessoas. Sabemos que muitas delas, às vezes, mesmo fragilizadas, fazem questão de participar do rito na comunidade, de vir e trazer os ramos para serem benzidos. Nós vemos um empenho para elas estarem presentes e participarem das celebrações, pois são momentos importantes do ponto de vista espiritual, mas também humano. Lembrando que percorremos todo o caminho de quaresma para chegarmos até aqui — revela.

Coleta da solidariedade
Dom José Gislon lembra que a Campanha da Fraternidade de 2025 trouxe o tema Fraternidade e Ecologia Integral e o lema Deus viu que tudo era muito bom, retirado do livro de Gênesis capítulo 1 versículo 31.
— É preciso uma reflexão sobre como é o nosso cuidado com a casa comum, pois todos nós somos moradores desse espaço. Então, é preciso nos conscientizarmos que cada um de nós é corresponsável também por essa casa comum onde todos nós habitamos. E a Campanha da Fraternidade traz essa motivação — diz o bispo.
No sábado (12) e no Domingo de Ramos (13) ocorre a Coleta Nacional da Solidariedade em todas as igrejas católicas do Brasil. Neste final de semana, a comunidade poderá contribuir em dinheiro, sendo que o valor arrecadado será destinado a projetos sociais e pastorais na Diocese.
Conforme as diretrizes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), 40% desse valor é destinado ao Fundo Nacional de Solidariedade (FNS). Outros 10% são direcionados ao fundo regional da CNBB e o restante permanece na Diocese para investimento local, em diversas frentes de trabalho social. Em 2024, a Diocese de Caxias do Sul arrecadou R$ 167,9 mil durante a Coleta Nacional da Solidariedade.
— É um gesto de solidariedade, e eu acho que é um direito que as pessoas têm de saber para onde vai esses recursos, porque sem transparência não tem confiabilidade. E são investidos sempre em projetos na linha social. E a comunidade sempre participa ativamente, é muito bonito porque, no fundo, nós vivemos num contexto em que o nosso povo é generoso — explica o bispo dom José Gislon.
Missas para celebrar o Domingo de Ramos
Para celebrar a data, a Catedral de Caxias do Sul, o Santuário de Caravaggio, em Farroupilha, e a Paróquia Santo Antônio, em Bento Gonçalves, promovem missas em que as comunidades costumam levar ramos de palmeiras para a entrada triunfal de Jesus.
As missas serão celebradas às 19h de sábado (12) e às 9h, 11h e 19h de domingo (13), na Catedral de Caxias. Em Caravaggio, as celebrações ocorrem às 9h, 10h30min, 14h30min (Reza do Terço), 15h, 16h e 17h de sábado, e 6h30min, 8h, 10h, 11h, 13h30min (Reza do Terço), 14h, 15h, 16h e 17h, de domingo. O início dos atos litúrgicos ocorre na parte externa da igreja, onde é feita a benção dos ramos. Posteriormente, será feita a entrada da procissão dos padres e dos fiéis.
Na Paróquia Santo Antônio, em Bento Gonçalves, as missas serão celebradas às 18h de sábado e às 7h, 8h30min, 10h e 18h de domingo.
Programação de Páscoa
Na Quinta-Feira Santa (17), às 10h, no Santuário de Caravaggio, em Farroupilha, será realizada a Missa do Crisma, que expressa a unidade do clero diocesano e religioso com o bispo diocesano. A celebração será presidida por dom José Gislon e terá a bênção dos óleos santos do batismo e da unção dos enfermos e a consagração do óleo do Crisma, utilizados para ministrar os sacramentos.
A partir das 20h da Quinta-Feira Santa, as paróquias irão celebrar a Missa da Instituição da Eucaristia, com o rito do lava-pés, que recorda a última Ceia de Cristo e acontece a transladação do Santíssimo, isto é, a procissão da Eucaristia e sua colocação em outro espaço, para adoração, para lembrar a agonia de Jesus no Monte das Oliveiras.
Já a Sexta-Feira Santa (18) é dia de jejum e abstinência de carne para os católicos. Neste dia não se celebram missas, mas acontecem momentos de oração como a Via-Sacra e a celebração da Paixão. Em Caxias do Sul, por exemplo, acontece a tradicional procissão do Cristo Morto, pelas ruas centrais. Neste ano, grupos vindos das paróquias São Pelegrino, Santo Antônio, Imaculada Conceição, São Leonardo Murialdo e São Pio X se juntam aos fiéis que acompanham a programação na Catedral.
A caminhada que parte de São Pelegrino, com as paróquias Santo Antônio e Imaculada Conceição, às 14h30min terá à frente a Cruz da Juventude e será carregada por jovens de diversos grupos presentes na cidade, como sinal de preparação para o Bote Fé, encontro da juventude católica do Rio Grande do Sul que acontecerá em novembro, em Caxias.

Os grupos vindos das paróquias São Pio X e São Leonardo Murialdo irão carregar o banner da Campanha da Fraternidade 2025: Fraternidade e Ecologia Integral. Juntos, os grupos seguirão pela Av. Júlio de Castilhos até a Rua Do Guia Lopes.
Na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes, a celebração da Paixão será às 14h, e o grupo irá partir às 14h45min até a Capela do Santo Sepulcro para buscar a imagem de Nossa Senhora das Dores. Na comunidade Cristo Redentor, a celebração será no mesmo horário, e os fiéis irão carregar o banner do Jubileu de 2025, que tem como tema Peregrinos da Esperança. Esses dois grupos se irão se encontrar na Rua Sinimbu, esquina com a Rua Vereador Mário Pezzi, e irão seguir pela Rua Sinimbu.
No entroncamento da Rua Sinimbu com a Rua Do Guia Lopes, vai acontecer o encontro das imagens do Cristo Morto e de Nossa Senhora das Dores, momento em que todas as procissões se unem. Depois, todo o povo segue pela Rua Sinimbu até a Catedral Diocesana para ouvir a homilia de Dom José Gislon e a oração sobre o povo.
O Sábado Santo, 19 de abril, será marcado pela Vigília Pascal, com a bênção do fogo novo e da água, além do acendimento do Círio Pascal e do canto do Exultet, o hino de proclamação da Páscoa. Dom José irá presidir a missa às 19h, na Catedral. O Domingo de Páscoa (20) terá as celebrações nos horários habituais das 9h, 11h e 19h, na Catedral.
Encenação da Via-Sacra
A tradicional encenação da Via-Sacra em Caxias do Sul será realizada na Sexta-Feira Santa (18) e promete reunir centenas de fiéis. Cerca de 30 jovens de diversos grupos, movimentos e pastorais se unirão para encenar a paixão e morte de Jesus, que será representada ao longo das escadarias dos Pavilhões da Festa da Uva, junto ao Monumento Jesus Terceiro Milênio. A atividade será realizada a partir das 9h.
Neste ano, a encenação iniciará com a reflexão sobre o tema da Campanha da Fraternidade, para demostrar como Jesus utilizava as parábolas, muitas vezes relacionando a elementos da natureza, para falar às pessoas.
A representação seguirá percorrendo as estações da Via-Sacra, que iniciam na condenação de Jesus até a sua morte na cruz e sepultamento. O momento de oração será conduzido pelo assessor do Setor Juventude, padre Gustavo Predebon e contará com a presença do bispo dom José Gislon.

A Via-Sacra da Juventude já é uma tradição na Diocese de Caxias do Sul, sendo realizada há 21 anos. As primeiras encenações foram organizadas pelas paróquias da área pastoral norte (São José) de Caxias e, desde 2014, passou a ser dirigida pelo Setor Juventude. Todos os atores e pessoas envolvidas na organização são voluntários dos grupos de jovens e comunidades de diversos pontos da cidade.
Para acompanhar a encenação, o público poderá acessar o local pelos portões 1, 5 e 6 dos Pavilhões da Festa da Uva.