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Com 805 focos, 257 casos da doença e uma morte confirmada, segundo dados da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Caxias do Sul não conta mais com a vacina Qdenga, que imuniza contra a dengue. Em 2024, o município superou toda a série histórica de casos da doença.
Ofertado em laboratórios e farmácias no início do ano, o imunizante sumiu das prateleiras e o estoque não foi reposto pela rede privada, que diz não ter conseguido comprar do fabricante japonês Takeda, o único que produz a vacina.
No SUS, a primeira remessa, com 750 mil doses da vacina, chegou ao Estado no dia 20 de janeiro. No entanto, a maior cidade da Serra não foi contemplada. De acordo com o Ministério da Saúde, o critério utilizado é o histórico de casos de dengue dos últimos 10 anos. A estratégia, segundo o governo federal, foi definida antes do encerramento do ano passado.
O público-alvo na campanha do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, são jovens entre 10 e 14 anos. Na rede privada, a vacina pode ser aplicada em todas as faixas etárias para as quais está indicada, dos quatro aos 60 anos, mas está em falta. A imunização completa acontece com a administração de duas doses, que devem ser aplicadas com intervalo mínimo de 90 dias entre elas.
Na Panvel, em Caxias do Sul, as doses que permanecem em estoque estão reservadas para quem fez a primeira aplicação. Na rede São João, não há previsão de reabastecimento, assim como na Unimed e no Laboratório Alfa.
No verão, a rede de clínicas Dr. Vacina percebeu em Caxias uma alta procura pelo imunizante que era aplicado ao custo de R$ 1,2 mil. De acordo com a técnica de enfermagem Magali Bernieri Volfe, o fabricante não tem doses para comercializar, por priorizar a rede pública:
— Tivemos uma reunião na segunda-feira, e, como eles estão fornecendo para a rede pública, não há para a rede privada. Eles se comprometeram em fornecer para quem fez a primeira dose e precisava dar sequência à imunização. Mas esse ciclo já fechou, então não há mais fornecimento e eles dizem que esperam normalizar nos próximos meses — diz Magali.
Para quem o imunizante não é indicado?
Uma nota técnica conjunta da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), publicada em julho deste ano, aponta que a Qdenga é contraindicada para os seguintes casos:
- Hipersensibilidade a qualquer componente da formulação ou após dose anterior de Qdenga.
- Imunodeficiências primárias ou adquirida, incluindo terapias imunossupressoras.
- Pessoas que vivem com o vírus HIV, sintomáticas ou assintomáticas, quando acompanhada por evidência de função imunológica comprometida.
- Gestantes.
- Mulheres de qualquer idade que estejam amamentando.