Adotar um animal é uma tarefa que exige muita responsabilidade. Por isso, antes de decidir incluir um pet como membro da família, é preciso planejamento. Alimento, carinho e cuidados veterinários são apenas alguns dos cuidados que os cachorrinhos e gatinhos precisam. Além disso, é preciso levar em consideração que os animais não tiram férias. Ou seja, nessa época do ano, é preciso que a família se organize e procure um local adequado para deixar o pet durante o recesso, caso ele não possa participar da viagem de férias.
Infelizmente, durante essa época do ano, Bento Gonçalves tem observado um aumento considerável nos casos de abandono no município. Nesse sentido, é importante destacar que é caracterizado como crime de maus-tratos abandonar, ferir, mutilar, não disponibilizar abrigo de sol ou chuva, não alimentar e dar água e negar assistência veterinária. De acordo com a Lei 9.605/98, artigo 32, a pena para quem comete o crime de maus-tratos aos animais prevê três meses a um ano de detenção e a pena para violência contra cães e gatos é de dois a cinco anos de prisão. Lembrando que a pena é aumentada entre um sexto a um terço se o crime causar a morte do animal.
De acordo com o Secretário Adjunto de Saúde e Coordenador do Departamento do Bem-Estar Animal da cidade, Gilberto Júnior, a entidade recebe mais ocorrências e pedidos de ajuda através do Samu Pet, que atende casos de emergência e urgência com risco de óbito de animais.
— A gente sabe que as pessoas, por falta de empatia, por falta de respeito com seus pets, acabam realizando esse tipo de ato (abadono), que gera uma série de transtornos, principalmente para a saúde pública — disse Gilberto.
Para auxiliar na causa animal da cidade, o Departamento de Bem-Estar Animal atua em diversos projetos. Um deles é o Cão Comunitário. Essa iniciativa visa socializar animais abandonados dentro do bairro em que eles são encontrados. Para isso, agentes do departamento se deslocam até o local onde o animal está, conversam com os moradores que teriam interesse em cuidar dele e fornecem casinha, ração e todos os cuidados veterinários para que o morador se responsabilize por cuidar daquele pet.
— O animal não necessariamente precisa ficar dentro do pátio da pessoa. Ele pode ficar em algum local público próximo dessa residência, desde que a pessoa tenha o cuidado com esse animal, que ela consiga dar alimento, água, ver como ele está e sempre nos informar. A gente tem hoje quatro cães comunitários e prestamos todo o atendimento para eles. É evidente que a gente não gostaria de ter que avançar em projetos voltados para o abandono e, sim, pensar em questões de conscientização. Mas a gente sabe que essa prática é um pouco difícil de acontecer porque não depende só de nós — destacou o coordenador.
Para evitar abandonos, a entidade trabalha também com o programa Posse Responsável, realizando atividades em escolas do município para divulgar a importância do cuidado com o animal desde a adoção, para que ele seja um companheiro da família. O objetivo é plantar sementes para que, no futuro, as crianças sejam tutores responsáveis.
Além disso, todos os animais castrados pelo programa gratuito da prefeitura são micro chipados. Sendo assim, caso ocorra o abandono de algum animal castrado no zoneamento, é possível identificar o responsável. As câmeras instaladas pela cidade também auxiliam nessa identificação.
— Tivemos uma situação no bairro Barracão, no mês de dezembro, onde conseguimos identificar a pessoa que abandonou o animal por conta das câmeras. A gente está trazendo a tecnologia para também ajudar na causa animal no município. Acreditamos muito que, com a tecnologia, com a conscientização nas escolas, com o projeto Cão Comunitário e, principalmente, com a responsabilização dos criminosos que realizam o ato do abandono, vamos ter uma diminuição significativa num curto período de tempo — lembrou Gilberto.
Por fim, esta época do ano pede também cuidado redobrado por conta das altas temperaturas. De acordo com a veterinária Michele Segatto, é preciso deixar água sempre limpa e fresca (pode ser colocado gelo); manter o pet em local com sombra, que tenha ar circulante; não expor o animal ao sol em horários de maior intensidade; e não levar para passeios em horários que tenham sol intenso, principalmente por causa da temperatura do chão.
Dicas para viajar com segurança com seu animal:
- Levar caixinha de transporte para manter o pet em segurança;
- Cães de maior porte devem ser levados juntos ao cinto de segurança;
- Ter em dia as vacinas, sendo que a vacina da raiva é exigida para o transporte de animais;
- Fazer a vermifugação do pet;
- Levar comida e água para a viagem;
- Evitar deixar os animais no sol;
- Procurar almoçar e descansar em lugares que aceitem os animais, para que eles não fiquem sozinhos no carro;
- Pesquisar sobre empresas de transporte terrestre e (ou) aéreo sobre a possibilidade de transportar o pet em viagem.
Samu Pet
O Samu Pet atende apenas casos de emergência e urgências com risco de óbito, conforme o conselho de medicina veterinária. As informações dos casos são coletadas pelo WhatsApp, onde passam por uma triagem e análise das médicas veterinárias Michele Segatto e Bruna Contini. Casos como atropelamento na hora, parada cardiorrespiratória, fratura exposta, animal inconsciente, vômito com sangue e hemorragias ativas são exemplo de casos atendidos pelo Samu Pet. O contato pode ser feito pelo telefone (54) 99223-1853.