Dois municípios da região confirmaram, na tarde desta terça-feira (2), novos casos de varíola dos macacos, também nomeada como monkeypox. Os dois pacientes são de Caxias do Sul e Garibaldi e passam bem. Segundo a 5ª Coordenadoria Regional da Saúde, são três pessoas com diagnóstico para a doença na Serra, no momento.
No caso de Caxias do Sul, trata-se de uma mulher adulta que não tem histórico direto de viagem, embora tenha contatantes familiares que viajaram recentemente. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), ela está hospitalizada, mas passa bem. A pasta ainda informou que todos as pessoas que tiveram contato com a paciente estão sendo monitorados pela Vigilância Epidemiológica. Na semana passada, a maior cidade da Serra já havia informado um caso — a paciente, uma mulher adulta, segue em isolamento domiciliar. As pacientes com confirmação não são contatantes, de acordo com a SMS.
Já no caso de Garibaldi a prefeitura informou que o paciente, um homem adulto, que teve o diagnóstico após o exame coletado logo que apresentou os sintomas, há uma semana, permaneceu em isolamento domiciliar durante o período e já recebeu alta médica. A confirmação para a doença também ocorreu nesta terça-feira.
Segundo o Setor de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, até o momento, não existem novos casos de suspeita da doença. A secretária de Saúde de Garibaldi, Clarisse Lagunas, alerta que, em caso de suspeita, o paciente deve procurar o Pronto Atendimento Médico (PAM) para avaliação.
—É importante observar o histórico de viagem para país endêmico ou com casos confirmados de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas, contato íntimo com desconhecidos e/ou parceiros casuais, ou, ainda, vínculo epidemiológico com caso suspeito, provável ou confirmado da doença — alertou a titular da pasta.
Veja, abaixo, orientação da Secretaria Estadual da Saúde (SES) sobre o que é considerado um caso suspeito de varíola dos macacos:
Pessoa que, a partir de 15 de março deste ano, apresente início súbito de erupção cutânea aguda sugestiva de monkeypox, única ou múltipla, em qualquer parte do corpo, associada ou não a adenomegalia ou relato de febre. E um dos seguintes vínculos:
- Histórico de viagem a país endêmico ou com casos confirmados de monkeypox nos 21 dias anteriores ao início dos sintomas;
- Histórico de contato íntimo com desconhecido e/ou parceiro casual, nos últimos 21 dias que antecederam o início dos sinais e sintomas;
- Ter vínculo epidemiológico com casos confirmados de monkeypox, desde 15/3/2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas
Ou ainda: - Ter vínculo epidemiológico com pessoas com histórico de viagem a país endêmico ou país com casos confirmados de monkeypox, desde 15/3/2022, nos 21 dias anteriores ao início dos sinais e sintomas.
Tire suas dúvidas sobre a doença
Com base nos esclarecimentos de especialistas e autoridades de saúde, GZH elaborou um guia com respostas aos questionamentos mais comuns sobre a doença.
Quais os sintomas da varíola dos macacos?
Os sintomas são semelhantes, em menor escala, aos observados em pacientes antigos de varíola: febre, dor de cabeça, dores musculares e dorsais durante os primeiros cinco dias. Depois, aparecem erupções - no rosto, palmas das mãos e solas dos pés -, lesões, pústulas e finalmente crostas.
Como é transmitida?
A infecção nos casos iniciais se deve ao contato direto com sangue, fluidos corporais, lesões na pele ou membranas mucosas de animais infectados. A transmissão secundária, de pessoa para pessoa, pode ser resultado do contato próximo com secreções infectadas das vias respiratórias, lesões na pele de uma pessoa infectada ou objetos recentemente contaminados com fluidos biológicos ou materiais das lesões de um paciente.
Como se proteger e evitar o contágio?
Segundo a Anvisa, o uso de máscaras, o distanciamento e a higienização das mãos são formas de evitar o contágio pela varíola dos macacos. A agência reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a covid-19.
"Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a covid-19, mas também contra outras doenças", disse a agência.
Há vacinas contra a doença?
Não. No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o imunizante Jynneos se mostrou 85% eficaz na prevenção da varíola dos macacos. Ele não está disponível no Brasil. Não é possível, portanto, fazer a imunização aqui. Há estudos científicos em andamento no mundo para avaliar a viabilidade e adequação da vacinação para a prevenção e controle da varíola dos macacos, segundo a OMS.
Quais são as vacinas disponíveis hoje contra a varíola comum?
Por conta da erradicação da varíola em todo o mundo na década de 1980, as vacinas contra a doença pararam de ser produzidas em grande escala. No entanto, alguns países, como os Estados Unidos, mantêm quantidades pequenas dos imunizantes. As vacinas disponíveis hoje são as seguintes: a ACAM2000, da Sanofi Pasteur, e a Jynneos, também conhecida como imvamune ou imvanex, produzida pela Bavarian Nordic, considerada a mais segura e moderna pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) dos EUA.