O Parque Skyglass Canela, um dos mais recentes pontos turísticos e de lazer da Serra gaúcha, foi citado pela Polícia Civil durante coletiva de imprensa sobre a operação realizada nesta segunda-feira (08). A ação investiga suspeitas de desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro na prefeitura de Canela. Estabelecimentos comerciais instalados no parque foram alvo de buscas feitas pelos policiais durante a manhã, além da prefeitura e da Câmara de Vereadores e outros locais.
De acordo com o delegado Vladimir Medeiros, responsável pelo inquérito, os policiais observaram vínculos entre donos de empreendimentos comerciais com investigados na operação, podendo caracterizar uma suspeita de favorecimento na obtenção do espaços.
— Alguns empreendimentos do parque foram loteados para membros da alta cúpula política de Canela. São contratos, alguns deles permanentes, com pagamentos mensais e valores elevados, dentro dessa relação não republicana — resumiu.
Medeiros não falou o nome do parque, mas a citação foi feita pelo delegado regional de Gramado, Heliomar Franco, que acompanhou a operação.
— Setores como a área turística, como a Skyglass, estava sendo loteado. E nós não acreditamos em coincidência. Mas, coincidentemente, para pessoas que ocupam cargos ou são parentes de pessoas com cargos na cúpula da administração pública da cidade. Há empreendedores lá dentro da Skyglass, ao menos oito lojas, que são ocupadas por pessoas que deveriam estar fiscalizando e hoje são beneficiadas com salas comerciais — afirma.
As buscas realizadas nesta segunda (08) ajudarão a avançar na investigação.
Em nota, a Skyglass Canela disse que "a relação com os lojistas que operam no empreendimento é estritamente por meio de contrato de locação de espaço para a oferta de seus produtos e serviços" e que está colaborando com as investigações e totalmente à disposição das autoridades neste caso.
Informou também que, desde a sua conceituação e construção, sempre teve valores como ética e transparência absoluta como seus pilares, sem proporcionar qualquer favorecimento político ou de outra natureza a qualquer pessoa, empresa ou órgão público, mantendo lisura em todos os seus processos e contratos, utilizando-se para tal do sistema bancário vigente.