A frase do prefeito de Caxias do Sul, Adiló Didomênico (PSDB), nesta terça-feira (23), dá um bom panorama do quadro crítico da pandemia na cidade, mas também pode ser usado para todo o Estado.
— Podemos definir o dia 23 de fevereiro como o pior da pandemia, na cidade, desde seu início em março passado — disse o chefe do Poder Municipal.
Os números que ele usou para justificar são de 95% na ocupação dos leitos de UTI SUS para pacientes de outras enfermidades, segundo o portal municipal. Pela manhã, esse registro chegou aos 100%, mas como é algo dinâmico, os dados podem mudar a qualquer momento. No entanto, quando análise é do quadro regional e Estadual, a situação é até mais preocupante.
Até as 18h desta terça-feira, o painel do governo do Estado apontava que a ocupação dos leitos de UTI na macrorregião Serra gaúcha estava em 87%. Com dois destaques: quase dois terços dos pacientes são positivos ou suspeitos para covid-19, um total de 169. Outras 91 vagas são de pessoas com outras enfermidades. A segunda se refere que nas 260 vagas estão sendo utilizados respiradores. Apenas a cidade de Vacaria tem ocupação da UTI em 60%. As demais - Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Garibaldi, Gramado e Canela - têm taxas acima de 75%.
Em Caxias do Sul, a tendência não é diferente. No total, a ocupação de alta complexidade está em 86%, tendo 81 pacientes positivos para o coronavírus e outros sete suspeitos. Vale ressaltar que esses dados são atualizados de forma independente e podem ter diferenças entre os registros municipais e os estaduais.
No Rio Grande do Sul, a terça-feira também foi de recordes e notícias que não são positivas. Pela primeira vez, desde março de 2020, 50% dos internados em UTI são positivos para o coronavírus e o Estado atingiu o maior percentual de ocupação: 87%. O número de hospitalizações quase dobrou em um mês, formando uma curva de aceleração também inédita.
Na quinta-feira (25) haverá uma nova reunião entre o governador Eduardo Leite (PSDB) e as representações regionais dos municípios. Em pauta, o acompanhamento da crise sanitária e o possível fim da cogestão, por tempo indeterminado.