A mudança da família de Geisson Maximovitz, 35 anos, que morreu soterrado na noite de terça-feira (7), para o loteamento Mariani, em Caxias do Sul, há cerca de quatro meses, foi uma necessidade imposta pelo desemprego. Ele e a companheira, Maeli Cristina Gaio, 30, estavam sem trabalho. Para evitar o aluguel, o casal e as duas filhas, de nove e 14 anos, foram morar no terreno onde ficavam outras duas residências de parentes de Maeli. Mas a situação estava prestes a mudar.
Conforme a sogra dele, Fátima Correia Gaio, 45, uma das filhas contou, após o incidente, que Maximovitz começaria em um novo emprego nesta quarta-feira (8). A novidade sequer tinha sido compartilhada integralmente com a família, que não sabe informar em qual empresa ele trabalharia.
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O semestre também tinha sido de outras mudanças. Aluno de Engenharia de Controle e Automação do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia (IFRS) em Farroupilha, Maximovitz trancou o curso nesse semestre. Faltavam três para que ele concluísse a formação.
A tragédia familiar que se impôs na terça-feira não foi poupada por pouco, segundo Fátima. O casal tinha saído ao meio-dia e chegado em casa há poucos minutos. De acordo com a mãe de Maieli, os dois sairiam novamente em seguida. A esposa da vítima deve deixar no início da tarde o hospital para acompanhar o velório do marido, que ocorre na Capela do Cemitério Municipal - Rosário II – o sepultamento está marcado para as 17h. A mulher também ficou soterrada por cerca de duas horas, mas conseguiu sobreviver e não teve ferimentos graves. A Defesa Civil chegou a informar inicialmente que uma criança também estava na casa, mas depois houve a confirmação de que apenas o casal estava nesta parte do imóvel que é interligado a outro.
Fora a perda afetiva, a família agora tem que conviver também com novas necessidades. Como a área onde residiam é considerada de risco, os moradores de três casas instaladas no local, todos da mesma família, tiveram de deixa-las e estão abrigados em residências de parentes:
— Estamos muito, muito, muito traumatizados. A gente não se conforma com isso, não consegue ‘cair a ficha’ — conta, em meio ao choro.
— É a perda da família, de bens materiais, a casa totalmente... (Teremos de) recomeçar do zero — afirma.
A família precisa de doações diversas. Os contatos podem ser feitos com a Fátima, pelo telefone 9.9197.9866.
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