A Ucrânia acredita que os militares norte-coreanos que teriam sido enviados para a região russa de Kursk "foram retirados" devido às pesadas perdas infligidas pelas forças de Kiev, disse nesta sexta-feira (31) um porta-voz militar à AFP.
Coreia do Sul, Ucrânia e Estados Unidos afirmam que a Coreia do Norte destacou cerca de 11.000 soldados para Kursk, na fronteira com a Ucrânia, desde outubro, a fim de apoiar Moscou a retomar o controle territorial nas áreas conquistadas por Kiev durante uma ofensiva lançada em agosto.
A ação ucraniana ocorreu no contexto da invasão iniciada por Moscou em fevereiro de 2022.
"Nas últimas três semanas, não vimos nem detectamos atividades ou confrontos armados com os norte-coreanos", declarou o coronel Oleksander Kindratenko, porta-voz das forças especiais ucranianas.
"Acreditamos que foram retirados devido às fortes perdas que sofreram", afirmou, ao ser questionado pela AFP sobre uma informação nesse sentido publicada na quinta-feira pelo New York Times, que citou fontes não identificadas dos Estados Unidos e da Ucrânia.
Segundo o jornal americano, não há registros de soldados norte-coreanos no front há duas semanas.
Os governos russo e norte-coreano nunca admitiram nem negaram a presença dessas tropas em Kursk.
Em dezembro, o presidente ucraniano Volodimir Zelensky disse que cerca de 3.000 soldados norte-coreanos haviam "morrido" ou ficado "feridos" no front, enquanto Seul indicou 1.000 baixas.
Nas últimas semanas, com o retorno de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, a possibilidade de negociações entre Moscou e Kiev tem sido reiterada.
A Ucrânia teme chegar em uma posição de fraqueza à mesa de negociações, já que o exército russo avança continuamente no leste do país.
* AFP