:: ITÁLIA
Moro na região de Vêneto que foi a terceira maior afetada pelo coronavírus, ficando atrás apenas das regiões da Lombardia e Emilia Romagna. A situação aqui saiu do controle, os hospitais não estavam preparados para fornecer atendimento a tantas pessoas doentes ao mesmo tempo. O que se sabia no começo é que o novo vírus apresentava sintomas de gripe, mas com o tempo foi sendo comprovado que estava mais para pneumonia, condição de saúde mais grave que uma simples gripe.
O governo italiano, aos poucos, foi tomando medidas restritivas e hoje só é permitido sair de casa para ir ao supermercado ou farmácia, sujeito a receber multa em caso de descumprimento da ordem. Acredito que o governo italiano, desde o primeiro registro de morte, demorou para tomar medidas mais drásticas e isso contribuiu para a proliferação do vírus no país.
A faculdade onde estudo está sem aulas há mais de um mês e já estamos há três semanas de quarentena. Nos últimos dias os casos de novos infectados diminuíram, o que demonstra a efetividade da quarentena. O vírus é real e não é uma simples gripe, espero que a população brasileira respeite a quarentena, essas medidas vão ser essenciais para evitar uma calamidade pública e um colapso no sistema de saúde a exemplo do que ocorreu aqui na Itália.
Amanda Benini Gelmini, 26 anos, advogada de Garibaldi que mora em Pádua.
:: CANADÁ
O Canadá está agindo eficientemente no combate à propagação do coronavírus. Empresas e pessoas estão colaborando com as medidas sugeridas pelo governo canadense e estão recolhidas (com exceção de quem trabalha em setores que suprem necessidades básicas). Essas medidas são decisivas para que a situação não se agrave. Para minimizar o impacto social, econômico e no sistema de saúde público, o Primeiro Ministro do Canadá, Justin Trudeau, faz aparições diárias informando a população quais ações o Governo está tomando e o que querem que a população faça para colaborar.
No momento, o Governo Federal está destinando 107 bilhões de dólares para as pequenas empresas e as pessoas que tiveram que deixar seus empregos, trabalham informalmente, ou foram demitidas por causa do impacto econômico que a pandemia causou. Já temos algumas mortes reportadas aqui no Canadá, incluindo na minha cidade. As pessoas estão claramente chocadas com a situação, mas atos de generosidade estão nas notícias todos os dias para nos lembrarmos de que vamos sair dessa juntos se cada um fizer a sua pequena parte. Me sinto segura, grata e feliz por poder colaborar seguindo essas medidas.
Não saio de casa já faz mais de duas semanas e assim permanecerei até que a recomendação mude porque isso não é nada perto da dor da perda de alguém querido. Todos temos um papel crucial a cumprir nesse momento, não importa quem somos, em que parte do mundo estamos, muito menos que idade temos. Se você pode ficar em casa, fique e agradeça! Se você não pode, acredito que seja ou porque você tem que por comida na sua mesa ou porque tem um papel essencial para ajudar a amenizar o impacto dessa pandemia, em ambos os casos, parabéns pela sua coragem.
Pauline Costa, 34 anos, gerente de marketing de Garibaldi que mora em Calgary.