A Unidade de Atendimento ao Coronavírus, montada junto ao Hospital da Unimed, em Caxias do Sul, atenderá a partir desta segunda-feira (23) exclusivamente os casos suspeitos de coronavírus de pacientes atendidos pelo plano de saúde. A estrutura aproveita parte do espaço entre os blocos A e o B do complexo hospitalar. A unidade conta com uma lona cedida pelo Exército para montar uma recepção, onde os pacientes serão atendidos antes de passar pela triagem. Unidades semelhantes estão sendo montadas em serviços de atendimento da Unimed em Bento Gonçalves e Farroupilha. As áreas usadas atualmente são utilizadas pelo setor administrativo e serão destinadas apenas ao atendimentos dos pacientes com o sintomas da doença.
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Este centro de atendimento tem a finalidade de evitar o contato de pacientes infectados com quem não tem o vírus, e de preparar o hospital para o número de casos que deve aumentar nas próximas semanas. A equipe deverá aumentar a medida em que foram registrados mais casos. A orientação do hospital é de que apenas aqueles pacientes com sintomas respiratórios procurem o espaço:
— O gatilho para procurar atendimento no hospital é a falta de ar. Aquele paciente que tem dor no corpo, cansaço e até febre será orientado pelo telefone— explica Vinícius Lain, diretor técnico do hospital em Caxias.
O hospital direcionará os pacientes que tem sintomas de via aérea para esse lugar, mas, antes de ir até o hospital, o médico orienta que o contato seja pelo telefone:
— Criamos uma central exclusiva para esclarecimentos e atendimentos referentes a doença. Os pacientes vão falar diretamente com um médico que orientará sobre a necessidade de ir ou não até o hospital. O paciente poderá ligar quantas vezes quiser e a equipe está disponível 24 horas por dia. A finalidade é que apenas pacientes com casos graves procurem os hospitais — alerta ele.
Ao discar 0800 940 7800, o paciente conversa com profissionais aptos a oferecer informações corretas de como evitar o contágio e de como proceder em caso de suspeita de infecção.O médico explica ainda que, caso seja necessário que o paciente vá até o hospital, será atendido na Unidade de Atendimento ao Coronavírus:
— Aquele paciente que entrou em contato pelo telefone ou que apresenta sintomas de síndrome respiratória será atendido no centro de atendimento, sem ter contato com os demais pacientes que têm outros problemas de saúde ou daqueles que estão saudáveis e podem ser contaminados pela covid-19. Nesse atendimento, o médico irá avaliar a necessidade de internação ou de isolamento em casa, com acompanhamento do canal montado pela Unimed ou da nossa equipe preventiva que irá acompanhar a evolução do quadro diariamente.
A medida pretende evitar faltas de leitos em casos mais graves:
— Precisamos do hospital vazio para atender quem precisa. Temos visto hospitais lotados, principalmente na Itália, e os médicos precisam escolher quem entubar e quem ficará sem o aparelho. Não podemos deixar acontecer aqui. Compramos mais ventiladores e ampliamos nossa capacidade de receber pacientes graves com a criação de novos leitos e a aquisição de materiais.
Casos no Hospital da Unimed
Até o final desta semana, apenas um paciente teve confirmação no hospital. Trata-se do jovem de 26 anos que viajou à França, Suíça e Espanha no dia 28 de fevereiro. Ele retornou para o Rio Grande do Sul no dia 9 de março e procurou a rede privada de saúde para fazer o exame. Os sintomas, como tosse e febre, começaram no voo de volta. Ele está em isolamento domiciliar.
BOLETINS
O hospital também emitirá boletins oficiais com informações corretas tanto em relação à situação dos serviços quanto a explicações a respeito de como evitar a contaminação, distanciando as pessoas das fake news.
PLANO DE CONTINGÊNCIA
A Unimed criou um plano de contingência e uma maior flexibilidade para os funcionários. São medidas para reduzir a circulação de pessoas nos horários de maior movimentação nas entradas e saídas do hospital. Elas serão reavaliadas a cada semana, podendo ser mantidas, reduzidas ou ampliadas, de acordo com a necessidade. Entre as medidas, está a possibilidade de funcionários trabalharem em "home office", com computador e internet em casa.
Funcionários com mais de 60 anos, com doenças crônicas e gestantes têm prioridade. A instituição também mantém horários flexíveis para funcionários que não têm com quem deixar os filhos durante o dia, no período de fechamento das escolas.
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