Há quem diga em situações limite: “A vida está por um fio”. Geralmente, diz-se isso quando não há esperança e só um milagre pode mudar a situação. E o que dizer de gente como o relações públicas e mestre em Administração, Marcelo Turchetti, 42 anos, que por mais de uma vez sentiu-se preso por um fio tênue, suspenso entre a vida e a morte? Ex-funcionário do Pioneiro, morou em Caxias do Sul entre 1998 e 2010. Atualmente, reside em Jaguari, na região Centro-oeste do estado.
– Eu já tive crises de depressão, pensei que a minha vida não valia mais a pena – revelou recentemente, em um vídeo postado em seu perfil no YouTube.
Nesse vídeo, além de citar momentos dramáticos da sua história, a começar pelo acidente que sofreu em 2009, quando dirigia uma Ford Ranger, na Rota do Sol, que teve como consequência mais impactante a necessidade de passar a vida em uma cadeira de rodas, passando pela internação hospitalar em 2017, quando ficou em coma por duas semanas, até a esperança de uma vida melhor com a perspectiva de um tratamento nos Estados Unidos, na área de reabilitação de pessoas com lesões medulares (paraplegia e tetraplegia).
– Em setembro de 2018, depois de ver uma reportagem no Jornal Nacional uma luz se acendeu no final do túnel. Pesquisei sobre um programa inovador na Universidade de Louisville, nos Estados Unidos, o que me deu uma pontinha de esperança.
Essa pontinha de esperança é o que muitos entendem ser aquele fio que deixa as pessoas suspensas entre a vida e a morte. Mas na história do Turchetti, esse fio tem sido sustentado pela esperança e uma rede de amigos fiéis. E são esses amigos, alguns deles reunidos em um grupo do WhatsApp, e que o chamam carinhosamente de Jaguara, apelido dado por conta de um trocadilho com a cidade de Jaguari, local onde Turchetti nasceu. Nessa rede social, há 60 pessoas que estão ajudando o Turchetti a realizar o sonho de pisar nos Estados Unidos e participar de um tratamento experimental que poder dar a ele uma melhor qualidade de vida.
– O tratamento é uma aplicação de gel de testosterona, mais estímulos elétricos na parte do corpo que eu não controlo. O problema é que os custos são altíssimos, não para o tratamento, porque vou receber de graça, mas a universidade não cobre as despesas fora da pesquisa como aluguel, alimentação, remédios, transporte e plano de saúde – conta, citando que o tratamento tem duração de seis meses.
É por causa do custo elevado, estimado pela universidade e por Turchetti, em US$ 18 mil, algo em torno de R$ 80 mil, na conversão do dólar para o real, que os amigos se organizaram em um grupo, abriram uma conta no banco (dados para depósito abaixo) e criaram uma vaquina virtual. O tratamento experimental a que Turchetti vai se submeter será realizado no Frazier Rehab Institute, cujo programa de pesquisa é chefiado pela Dra. PhD Susan Harkema, do Kentucky Spinal Cord Injury Research Center.
TRATAMENTO
Turchetti será submetido, a partir de abril, a exames prévios na Universidade de Louisville.
– O objetivo é saber como esse tratamento (aplicação de testosterona) melhora o controle de esfíncter, que vai me dar um melhor controle da bexiga, do intestino e da função sexual. Eu não controlo a bexiga, por isso, uso sonda. Esse tratamento vai diminuir ainda o problema de hipotensão, quando me colocam de pé, mesmo por um pequeno tempo, porque acabo desmaiando, já que o sangue não circula direito – explica.
No mesmo centro, há outra pesquisa inovadora que se trata do implante de um neurotransmissor e que já fez muitas pessoas voltarem a andar.
– Eu não estou inscrito nessa, mas estando lá, posso pular para essa outra pesquisa – diz, confiante.
AMIZADE
Eventos traumáticos, como esse pelo qual Turchetti passou, tendem a separar as pessoas do convívio com amigos e familiares. No entanto, Jaguara, como é chamado pelos amigos, diz que ele é uma feliz exceção.
– Comigo foi o contrário, sempre me senti muito amado e amparado – revela.
Mesmo distante 450 km de Caxias do Sul, morando atualmente em Jaguari, o relações públicas tem muitos amigos também em outras cidades onde morou, como Porto Alegre e Santa Maria.
– A vibe do grupo do WhatsApp é sem explicação, não tenho nem como agradecer.
COMO AJUDAR:
Pode ser feito depósito diretamente na conta pessoal do Marcelo Turchetti.
Banco Nubank (260)
Agência: 0001
Conta: 180978-2
CPF: 730.361.290-49
Ou ainda, através da vaquinha virtual no site da Catarse.
DEPOIMENTOS DOS AMIGOS
“O Marcelo nunca desiste. É um cara extremamente culto, inteligente e inquieto. Tem muita garra, encontra a oportunidade e faz valer a pena. A causa dele é a nossa causa! Quando ele levantar da cadeira de rodas, todos vão ficar de pé, junto com ele!”.
Grasiela Mambrini, 44, psicóloga
“Acredito que o Marcelo merece todo esse apoio e essa campanha porque além de ser um cara sensacional, essa oportunidade vai inspirar muitas outras pessoas a não desistirem de lutar pelos sonhos. E precisamos, no mundo, de pessoas inspiradas, sonhadoras e com coragem de ir atrás de mudanças”.
Giovana Grison, 36, psicóloga e professora de arte
“Esta possibilidade de tratamento do Marcelo representa uma esperança para todos nós. Estamos falando de fé. Fé na ciência que pode curar, na garra, na resiliência, na vontade. Fé na vida. Estamos juntos!”
Jessica De Carli, 37, arquiteta
“Que a força esteja contigo Jaguara!”.
Mousés Stumpf, 42, advogado e empresário
“O Marcelo é um guerreiro, nunca desistiu. Hoje cada um de nós pode ajudá-lo a renovar as suas esperanças. Que assim seja!”.
Mauricio Vazquez, 38, empresário
“Conheço o Marcelo desde que fomos colegas na faculdade, tivemos muitos momentos felizes juntos, a nossa rede é de amigos em comum, inclusive minha família. Tenho muita fé que esta união vai fazer ele chegar aos EUA”.
Simone Zanandrea Andreola, 42, relações públicas e professora de ballet clássico
“Letras e fonemas não definem tua virtude Jaguara”.
Mousas Stumpf, 42, advogado e empresário
“Acredito ter sido uma das maiores incentivadoras pra que o Marcelo colocasse em prática esse projeto, porque acredito nas pessoas, na solidariedade e acima de tudo, na amizade! Contamos com o apoio de todos! Juntos podemos mudar a vida do meu grande amigo!”.
Alessandra Peretti, 39, gerente de contas
“Poder proporcionar ao Marcelo a chance de voltar a andar, não é um sonho só dele, mas de todos os seus amigos”.
Rafael Borghetti Zanotto, 41, desenvolvedor de produtos