
Pacientes da Serra que enfrentam o diagnóstico de câncer encontram tratamento em instituições de referência. Em Caxias, os setores de oncologia dos hospitais Geral (HG) e Pompéia ofertam atendimento multidisciplinar, além das sessões de quimioterapia e, no caso do HG, também a radioterapia. E para moradores de 29 municípios dos arredores de Bento Gonçalves, está disponível o Instituto do Câncer Hospital Tacchini, que além do tratamento convencional, aposta também em pesquisas científicas para identificar o que causa os mais variados tipos de câncer em moradores da região _ o de mama passará a ser rastreado no próximo ano.
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Além de ser procurada por moradores desses 29 municípios via SUS, a radioterapia do Tacchini também costuma receber encaminhamentos de usuários de planos de saúde de Caxias, entre outras cidades da região. Isso porque há pouco mais de dois meses, a instituição adquiriu uma tecnologia que aprimora a exposição do paciente na radioterapia. Trata-se do IMRT, tratamentos com intensidade modulada. A máquina é equipada com feixes de alta energia que, além de dar maior precisão à área tratada, poupa ao máximo os órgãos que não precisam tratamento.
— A evolução das tecnologias na radioterapia faz que o paciente precise vir ao hospital menos dias para ser exposto à radioterapia, além de ganhar mais qualidade de vida. Essa nova tecnologia, o IMRT, irradia só na área que for necessária. É ideal para anatomias mais difíceis, por exemplo, no câncer de mama, conseguimos reduzir a irradiação na área do coração, o que diminui a chance do crescimento de doenças cardíacas — explica o físico médico William Trinca.
A oncologia fica em um prédio de três andares, anexo ao hospital, inaugurado em 2012. A estrutura permite aos pacientes submetidos às sessões de quimioterapia a escolha por salas individuais, com poltronas e ar-condicionado, ou por um espaço em que as poltronas, posicionadas lado a lado, facilitam a interação entre os pacientes. Aos 53 anos e vinda do município de Barão, Neiva Ebeling optou pelo espaço com mais privacidade. Ela se submetia ao terceiro ciclo das quimioterapias brancas, consideradas menos agressivas.

— A medicina avança e a gente tem mais chances de cura. O câncer de mama não é o fim da vida — elogia Neiva.
Segundo a oncologista do instituto, Juliana Grasselli, a integração entre profissionais especialistas em oncologia e mastologia tem aumentado a chance de diagnóstico e, consequentemente, a sobrevida das pacientes. Em paralelo, o esforço em tentar desvendar o perfil dos pacientes contribui para ações preventivas:
— Iremos rastrear mais de 200 mulheres com a doença na mama para identificar a pré-disposição genética na família. Ela já está com a doença, mas as irmãs, a mãe e outras familiares podem prevenir-se sabendo se são mais vulneráveis ao câncer de mama.