O Sindicato dos Médicos anunciou uma segunda paralisação em Caxias do Sul. Desta vez, a greve deve durar cinco dias e começa a partir da próxima segunda-feira, dia 20. Nesse dia, também está programada a paralisação dos funcionários da Visate. Ou seja, dois serviços básicos à população devem ser afetados na cidade.
Os médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já haviam cruzado os braços entre os dias 1º e 3 de março. A nova paralisação foi decidida em assembleia da categoria, na noite de quarta-feira. Conforme o presidente do sindicato, Marlonei Santos, cerca de 80 profissionais participaram da reunião. No encontro, foi lida uma contraproposta do município assinada pelo prefeito Daniel Guerra (veja abaixo). Conforme Marlonei, o ofício da prefeitura não trouxe novidades.
– A única diferença é assinatura do próprio prefeito. Sugerem que os médicos diminuam a carga horária com redução de salário e cumpram a jornada e batam o cartão-ponto – diz Marlonei.
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A proposta da prefeitura foi entregue dias atrás ao Sindicato dos Servidores Municipais (Sindiserv), com foco nos médicos concursados de menor carga horária com redução dos salários. O Sindicato dos Médicos, porém, pede que o município incorpore o atual abono de R$ 2,5 mil ao piso salarial de R$ 3,5 mil. O valor é referente à jornada de 20 horas semanais. Enquanto isso, os médicos seguem o atendimento por cotas.
A greve afetará as unidades básicas de saúde (UBSs) e o Centro Especializado de Saúde (CES), segundo Marlonei, o que abrangeria cerca de 180 profissionais dos cerca de 340 que atuam no município. Serão mantidos os atendimentos de urgência e emergência no Pronto-Atendimento 24 horas (Postão) e os serviços da Estratégia Saúde da Família, pois incluem médicos que já cumprem a jornada.
– O percentual de adesão talvez fique em 70%, é difícil saber. Vamos oficializar o comunicado de greve hoje (quinta-feira) à tarde – complementa Marlonei.
Nesta semana, a Secretaria Municipal da Saúde confirmou que oito médicos que atuavam no CES pediram exoneração. Para suprir essas vagas, foi autorizada a contratação de 30 novos médicos. Esses profissionais devem ser chamados em, no máximo, 45 dias.
Crise na saúde
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Nova paralisação foi decidida em assembleia
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