Pelo menos 93 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas nesta segunda-feira na explosão de uma bomba em meio a uma multidão em luto reunida diante de um hospital no sudoeste do Paquistão.
A explosão provocou um banho de sangue em frente ao setor de emergência do hospital civil de Quetta, onde 200 pessoas estavam reunidas para compartilhar seu pesar pelo assassinato poucas horas antes de um famoso advogado da região, indicou um jornalista da AFP no local.
Trata-se do segundo atentado mais letal cometido no Paquistão neste ano, depois do ataque suicida que no fim de março matou 75 pessoas, entre elas muitas crianças, em um parque de Lahore (leste), onde a minoria cristã celebrava a Páscoa.
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Até o momento nenhum grupo reivindicou o assassinato do advogado nem o atentado contra o hospital. Muitos grupos armados – islamitas, anti-xiitas, separatistas, etc – estão implantados no Baluchistão, uma província fronteiriça com Irã e Afeganistão rica em hidrocarbonetos.
A massa de cadáveres dificultava sua contabilização.
– Há corpos espalhados e misturados. Os funcionários do hospital tentam contá-los, mas ainda não podemos divulgar um balaço exato – explicou Sajjad Ahemd.
– A explosão ocorreu quando os advogados se reuniram diante do setor de emergência. Alguns entraram no hospital e outros permaneciam junto à porta de entrada", contou o médico Adnan, do hospital civil de Quetta.
– Houve uma grande explosão e tudo ficou escuro. No início achei que tinham derrubado um edifício. Depois houve gritos – acrescentou.
Muitos advogados e jornalistas se dirigiram ao hospital depois do assassinato do presidente do colégio de advogados do Baluchistão, Bilal Anwar Kasi, abatido por dois indivíduos armados quando saía de casa.
O primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif, condenou o atentado e ordenou o reforço das medidas de segurança.
– Não deixaremos que ninguém perturbe a paz desta província, que conseguimos restaurar às custas de tantos sacrifícios das forças de segurança, da polícia e da população – afirmou o chefe de governo em um comunicado divulgado por seu gabinete.
As forças de segurança e os edifícios governamentais paquistaneses são alvos frequentes dos grupos insurgentes.
Os atentados contra hospitais têm precedentes: em 2010, 13 pessoas morreram na explosão de uma bomba na unidade de emergências de um hospital de Karachi, onde as vítimas de um atentado cometido pouco antes recebiam atendimento médico.