Enquanto o governo aguarda a aprovação da Assembleia Legislativa para um programa de concessão de rodovias e nega que as estradas atingidas estejam definidas, bastidores apontam para os pontos que podem ter pedágio na Serra. Rodovias de grande fluxo e ligações de importantes cidades podem entrar no pacote, alternativa encontrada pelo governo do Estado para recuperar vias que estão em frangalhos. É senso comum que o governo estadual não tem condições de arcar com as melhorias.
Rota do Sol e RSC-453, na Serra, além da ERS-324, podem ser pedagiadas. Em comum, problemas de má conservação, como buracos e sucessivas camadas de asfalto que se esfarelam.
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Na RSC-453, o trecho de 18 quilômetros entre Farroupilha e Garibaldi pode passar a ter cobrança. Trata-se de uma das ligações mais importantes entre cidades da Serra, levando à BR-470, que é federal. Outro ponto cogitado é a Rota do Sol (RSC-453), na extensão não contemplada pelo Crema Serra, entre Lajeado Grande e o litoral. O trecho está completamente diferente daquele entre Caxias e Lajeado Grande, completamente reformado. A ERS-324 entre Passo Fundo e Casca, também pode entrar na conta. Em contrapartida, é praticamente unânime que a ERS-122 entre Caxias e Farroupilha não voltará a ter pedágio, tese reforçada pela retirada da antiga estrutura.
Os Projetos de Lei (PLs 41 e 47), criados pelo Executivo, tratam do plano de concessão e tramitam na Assembleia substituindo outros dois, de números 508 e 509. De acordo com os textos, o poder executivo seria autorizado a "conceder serviços de exploração das rodovias e infraestrutura de transporte terrestre". Isso não significa a extinção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), de propriedade do Estado e responsável por administrar nove praças de pedágio no Estado: com o Programa de Concessão Rodoviária, o Estado poderá repassar a concessão a empresas privadas e também à EGR.
Se o governo afirma que nenhuma estrada está definida, o que só deve ocorrer se a Assembleia aprovar o projeto, um estudo de autoria do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), da EGR e da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Desenvolvimento (AGDI) aponta para oito pontos de pedágio na Serra, incluindo os três que circulam nos bastidores. No entanto, o secretário-geral do governo, Carlos Búrigo, desconsidera completamente o estudo.
A expectativa é de que o projeto seja votado ainda neste mês.
Concessão pode ser de 30 anos
Entre os parlamentares que representam a região, cautela. Líder do governo na Assembleia, o deputado Alexandre Postal (PMDB) assegura que o pedágio entre Caxias e Farroupilha não voltará e afirma que a ERS-324 é considerada a estrada número 1 no Estado no quesito necessidade de investimentos, mas pondera:
- Alguma empresa tem que ter interesse. Todo mundo reivindica melhorias, e todo mundo sabe que o Estado não tem dinheiro. Minas Gerais ano passado abriu concessão para 4 mil Km, e só pouco mais de 2 mil Km tiveram empresas que se habilitaram.
Ronaldo Santini (PTB) eleito por Lagoa Vermelha, entende que a Rota do Sol, a RSC-453 de Farroupilha a Garibaldi e a ERS-324 sejam pontos cruciais para a instalação de pedágios.
- É a percepção que temos. O pedágio é recurso inevitável, mas é preciso critérios, como proximidade entre as praças. Tudo isso cabe ao parlamento o cuidado de avaliar - aponta.
Enquanto o projeto não vai à votação, deputados tentam esclarecer todos os pontos do programa. Até a duração da concessão, prevista para 30 anos, pode ser questionada. O próprio secretário estadual de Transportes, Pedro Westplahen, tem circulado entre as bancadas para explicar o projeto.
Estradas
RSC-453 e Rota do Sol podem ter pedágios na Serra
Embora o Estado afirme que as rodovias ainda não estão definidas, informações de bastidores indicam pontos que podem ter cobrança
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