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A Brigada Militar (BM) promete reforçar o policiamento para tentar conter a onda de ataques a banco na Serra. Treze horas depois de a agência do Sicredi ter sido assaltada em Flores da Cunha, bandidos tiveram o caminho livre para atacar novamente: o alvo foi o Banco do Brasil, em Bento Gonçalves. Na madrugada de sexta-feira, criminosos explodiram agência da Rua Fortaleza, bairro Botafogo. O 11º ataque em menos de 30 dias ocorre num momento em que o Estado autorizou o pagamento de horas extras aos policiais militares para reforçar a segurança durante o Carnaval.
De acordo com a BM, cinco criminosos participaram do roubo em Bento. Testemunhas, porém, viram quatro homens entrando na agência por volta das 3h30min. O grupo colocou explosivos em quatro caixas eletrônicos, implodiu os equipamentos e carregou dinheiro. A explosão destruiu parcialmente a sala do autoatendimento.
Segundo a BM, os assaltantes portavam espingarda e pistola. Eles fugiram em um Corolla prata em direção a Montenegro e São Sebastião do Caí pela rodovia ERS-122. Diferentemente dos outros ataques deste ano, os ladrões não fizeram reféns. Conforme o coronel Antônio Osmar da Silva, comandante do CRPO Serra, uma força-tarefa foi criada para tentar impedir os crimes.
- Nesta madrugada, os criminosos fugiram por pouco. Temos uma dificuldade que é o fácil acesso à rede de rádio da PM. Eles se anteciparam ao cerco. Mas está previsto um suporte com mais efetivo e mais recursos materiais para as cidades que se enquadram no perfil que está sofrendo ataques- afirma.
Enquanto isso, a investigação ainda não estabeleceu quem são as quadrilhas. Segundo o delegado Joel Wagner, titular do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), as buscas pela identificação e prisão dos responsáveis demoram:
- Não são investigações que se finalizam de uma hora para outra. Nosso trabalho é permanente e neste momento estamos estreitando laços com a Delegacia Especializada de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec) e os delegados das regiões onde estão ocorrendo os crimes- justifica Wagner.
Sindicato teme por funcionários. Bancos dizem que têm medidas de segurança
Para o Sindicato dos Bancários de Caxias do Sul, que representa várias cidades na Serra gaúcha, os crimes deste ano são motivo de preocupação. Conforme a assessora de imprensa da instituição, Marlei Ferreira, o receio é motivado pelo modo como as abordagens vêm sendo feitas, com funcionários utilizados como escudo humano e levados como reféns. O sindicato tem cobrado ações preventivas.
- Antes tínhamos casos com explosões, mas em horários que não havia pessoas nas agências. Com essa nova modalidade, acaba expondo mais os funcionários à violência. Então há sim um medo, especialmente nas cidades com menos de 5 mil habitantes e poucos brigadianos disponíveis - explica a assessora.
A Associação dos Bancos no Estado do Rio Grande Sul informou, por meio de nota, que está atenta aos assaltos ocorridos na Serra. A entidade afirma estar atuando em conjunto com setores da segurança pública e adota medidas para prevenir e minimizar as ações criminosas. Por razões de segurança, a associação prefere não divulgar as estratégias.
Relembre os outros casos
Esmeralda
07/01 - Dois homens arrombaram a agência do Banco do Brasil e furtaram armas e coletes da sala dos vigilantes. A Brigada Militar chegou no banco enquanto os bandidos estavam na agência. Os ladrões fugiram sem acessar o cofre.
08/01 - Por volta das 11h30min, o Banco do Brasil e o Banrisul foram atacados simultaneamente. Bandidos chegaram na cidade em dois carros e fortemente armados. Pelo menos cinco criminosos renderam moradores e fizeram um escudo humano nas duas ações. Ninguém foi preso.
Flores da Cunha
08/01 - No mesmo horário em que a quadrilha agiu em Esmeralda, três criminosos quebraram a machadadas as portas do Banrisul de Otávio Rocha, distrito de Flores da Cunha. O trio rendeu clientes e funcionários. Em seguida, os assaltantes pegaram dinheiro do caixa e o revólver do vigilante. Reféns foram usados como escudo na rua diante de uma eventual ação da polícia.
Nova Pádua
18/01 - Por volta das 11h30min, três homens armados roubaram armas dos vigilantes e dinheiro do Banco do Brasil. Por volta de 11h30min, eles quebraram uma vidraça e tiveram acesso ao banco. Uma funcionária levada como refém foi liberada em seguida.
Cambará do Sul
23/01 - O Banrisul foi arrombado por volta das 5h. De acordo com a Brigada Militar, os criminosos abriram dois caixas eletrônicos com maçarico. Os ladrões fugiram em dois veículos. Houve perseguição, mas ninguém foi preso.
Monte Belo do Sul
26/01 - O Banco do Brasil foi invadido por três homens armados. Eles quebraram o vidro com um machado. Os ladrões fugiram com dinheiro do cofre e de dois terminais eletrônicos. Uma refém foi liberada logo depois.
Vacaria
27/01 - Um homem de 25 anos foi preso tentar arrombar caixas eletrônicos do Banrisul, no centro de Vacaria. Ao avistar policiais militares, o homem fugiu, mas foi detido a duas quadras da agência. Testemunhas relataram que mais dois homens saíram correndo do banco durante a perseguição.
São José dos Ausentes
01/02 - Pelo menos cinco homens armados com pistolas, fuzil e espingarda assaltaram a agência do Banrisul do município. O bando rendeu vigilantes, funcionários e clientes do banco e, na fuga, levou dinheiro e dois reféns, liberados cerca de 5 quilômetros adiante numa estrada vicinal.
Flores da Cunha
04/02 - O Sicredi de São Gotardo, em Flores da Cunha, foi invadido por três homens armados e encapuzados. Eles renderam o vigilante e fugiram levando dinheiro do cofre e dos caixas eletrônicos, além de duas reféns soltas em seguida na linha 60, próximo de São Gotardo. Segundo outros funcionários, toda a ação não levou mais de cinco minutos.