A ação de criminosos no loteamento Campos da Serra, em Caxias do Sul, é estimulada pela localização. Os prédios foram construídos numa área afastada na região do São Luiz da 6ªLégua, antigo berço de famílias rurais, entre os bairros Cruzeiro e o De Zorzi. Na comunidade, a única referência pública é a unidade básica de saúde (UBS). A prefeitura ainda trabalha para construir uma escola em turno integral.
Moradores relatam a rotina ao lado de criminosos em condomínio de Caxias
Enquanto isso, parte das crianças passa o dia sem supervisão dos pais e se mistura a uma turma numerosa, identificada por meio de uma sigla e com representantes em cada condomínio. Nesse grupo, o uso de drogas e bebidas é corriqueiro. O espelho da garotada inclui rapazes que circulam armados e com passagens na polícia.
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Denúncias indicam que traficantes, homicidas e assaltantes se infiltraram nos condomínios e tentam impor a lei da bandidagem e do terror. As informações são de conhecimento do Ministério Público Federal (MPF), que abriu investigação. Um dos documentos recebidos pelo MPF cita inclusive a presença de supostas milícias agindo à revelia do poder público.
Em 2013, o Conselho Tutelar (CT) tentou intervir diante da falta de opções aos jovens, com ajuda do município. Não houve avanços.
- O processo foi para o Ministério Público com a proposta de trabalho de cada secretaria, nem tudo saiu como se imaginava. O MP arquivou por entender que a prefeitura tinha projetos e não haveria omissão, mas são só projetos. Lá não existe atendimento, apenas o posto de saúde - lembra a conselheira tutelar Rosane Formolo.
Segundo ela, houve tentativa de envolver crianças e adolescentes pelo esporte. A iniciativa da Secretaria dos Esportes e Lazer não deu certo porque as crianças e jovens dependiam de ônibus para atividades no outro lado da cidade, no bairro Santa Catarina. Moradores afirmam que as crianças e jovens ficam a mercê de traficantes, o que exige ação contra a disseminação de drogas e atendimento social no loteamento.
Levantamento indicou 208 crianças em idade de creche sem atendimento. A estimativa é de que o loteamento abrigue 1,2 mil crianças e adolescentes.
Famílias acuadas
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Adriano Duarte
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