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Empresários ouvidos pela reportagem são unânimes: a saída para reduzir a criminalidade em Caxias é apoiar projetos com potencial para alterar a trajetória de crianças e adolescentes.
Os empreendedores acreditam em iniciativas que promovam a profissionalização e mexam com a autoestima da garotada. A lista da inspiração inclui o Instituto Elisabetha Randon, que mantém o programa Florescer, o Projeto Pescar, idealizado pelo empresário e filantropo Geraldo Linck, além do Projeto Girassol, desenvolvido pela Agrale em parceria com outras entidades.
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Lideranças apontam como pretendem se engajar contra a violência
São três grandes exemplos da força do empresariado para alçar jovens a uma nova condição. Numa cidade que ostenta o título de segundo polo metalmecânico do Brasil e PIB per capita superior a média do Estado, é se de pensar o quanto esse suporte pode ser ampliado para outras centenas de meninos e meninas em vulnerabilidade.
Espiritualidade é apontada como saída
Como fraternidades e clubes de serviços podem se engajar
Além da geração de emprego e impostos, as empresas têm a responsabilidade social de oportunizar um futuro digno às novas gerações. Isso significa injetar recursos em ações concretas para colocar a meninada em uma perspectiva diferente da pretendida por traficantes, drogas, bondes e ladrões.
A partir da proposta de estimular o debate pela paz em Caxias, a reportagem ouviu líderes de segmentos representativos da indústria, comércio e serviços. Nas próximas semanas, a provocação pautará outras lideranças como forma de mobilizar a opinião pública e indicar estratégias contra a violência.
A série de matérias será veiculada no período que compreende a Semana da Paz, que foi comemorada em setembro, e a Semana da Justiça Restaurativa, prevista para metade de novembro. Nas matérias anteriores, opinaram pessoas das comunidades, religiosos e de clubes de serviço.
O QUE VOCÊ PODE OFERECER PELA PAZ EM CAXIAS?
- Acredito em três pilares: trabalho, família e espiritualidade. Lidamos com os líderes negativos, que estão em vários lugares, e precisamos trazer essas pessoas sob a influência dele para ajudá-las. Acredito que vamos colher frutos num curto período com essa juventude que vem sendo trabalhada nos projetos como o Pescar e o Mão Amiga, que mudam a trajetória das famílias, mudam paradigmas. Por outro lado, acho que devemos é investir e ajudar as entidades que dão resultados, devemos manter o foco nisso.
Euclides Sirena, vice-presidente da Fundação Caxias e membro da Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas
- Para promover a paz precisamos de educação e ética. Como empresários, devemos concentrar grande esforço para garantir o emprego. Isso está sendo feito com a flexibilização da jornada de trabalho, com férias coletivas. Outra questão é dar apoio e ser mantenedor de entidades que podem prestar serviços com melhorias das condições sociais. O empresário também pode estimular ações voluntárias da empresa e seus colaboradores. Há iniciativas que precisam ser ampliadas como o Projeto Pescar e o Florescer para acolher os jovens menos favorecidos e garantir o aprendizado, a profissionalização, entre outros. Há empresas que pagam a faculdade e a escola dos funcionários. Devemos convencer mais empresas para que ofereçam essas condições.
Nelço Tesser, presidente da Parceiros Voluntários - Caxias do Sul
- Devemos trabalhar no alicerce da sociedade, e um grande exemplo é o projeto desenvolvido pelo Florescer. Dentro da CIC, creio que deve ser desenvolvido algum processo, alguma ação para conscientizar os empresários sobre a necessidade de se investir nos mais jovens, nas crianças. A violência está muito alarmante, e a polícia está de mãos atadas. Precisamos trabalhar na prevenção assim como o Guarda Municipal faz e outros setores.
Delmar Perizzollo, representante da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) no Conselho Municipal de Defesa e Segurança