A semente da solidariedade plantada pela Pastoral da Criança, que completa três décadas em Caxias do Sul, forma raízes fortes na casa de milhares de famílias carentes de Caxias. Dioneida Pires Ribeiro, 50 anos, é um dos exemplos de que o ciclo de conhecimento e dedicação nunca se encerra.
Pastoral que mudou a história da infância em Caxias completa 30 anos
Quando chegou na cidade, há 28 anos, vinda de Bom Jesus com o marido e dois filhos pequenos, Maurício e Jeferson, Dioneida se estabeleceu no Bairro Santa Fé, onde alguns anos depois, em meados de 1999, foi acolhida pela Pastoral. Daquele dia em diante sua vida mudou, e muito.
- Logo que chegamos em Caxias eu não tinha todo o conhecimento que envolve a criação de uma criança. Eu não sabia os cuidados, não sabia administrar a comida e nem as contas da família. Quem me ensinou tudo isso foi a Pastoral - diz emocionada.
Falta de voluntários limita a atuação da Pastoral da Criança em Caxias
Anos mais tarde, a vontade de fazer o bem fez com que Dioneida se juntasse ao grupo de voluntárias da Pastoral. Foi com este objetivo que ela passou de mãe acompanhada para acompanhar crianças carentes. Assumiu a responsabilidade de ser Líder de um grupo de sete mulheres que atendiam cerca de 400 crianças do bairro Santa Fé. Posteriormente também foi coordenadora da comunidade do mesmo local.
Esse envolvimento com a Pastoral possibilitou que a própria Dioneida diagnosticasse meningite em sua filha, Oneida Pires Ribeiro, 23, na época com seis meses. A menina era acompanhada pela Pastoral desde a gestação.
- Os médicos diziam que era gripe, mas como eu tinha estudado sobre a meningite um dia antes dela adoecer eu sabia dos sintomas. Então, voltei para o médico com o livro junto. Não deu outra, ela foi direto para a UTI. Eu sempre digo que foi a Pastoral que salvou a minha menina. Se não fosse o conhecimento que tive sobre a doença, hoje minha família não estaria completa, afirma Dioneida - que além de Maurício, Jeferson e Oneida, também é mãe de Nathaly, 6.
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Vestindo uma camiseta com a foto de Zilda Arns, fundadora da entidade, Dioneida carrega no peito o orgulho de fazer parte da história da Pastoral. Hoje, não ocupa nenhuma função efetiva, mas continua compartilhando o conhecimento que obteve.
- A Pastoral é tudo para mim. Sem ela eu não seria o que sou hoje, não teria estudado e também não teria a família estruturada que tenho. Tudo isso não tem preço que pague - finaliza.
Ciclo sem fim
"Foi a Pastoral da Criança que salvou a minha menina", diz ex-líder da entidade em Caxias
Dioneida Pires Ribeiro, 50 anos, passou de mãe acompanhada para voluntária
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