Mesmo fragilizada diante de apelos modernos, a espiritualidade ainda é vista como alternativa importante na prevenção da violência em Caxias do Sul. O entendimento é de que o acolhimento pela fé religiosa, mesmo que envolva visões diferentes e questionadas por parte da população, pode fortalecer famílias contra as drogas e a criminalidade. O desafio é colocar em prática o que há muito tempo se brada nas homilias e pregações.
Confira as últimas notícias do Pioneiro
Lideranças religiosas foram questionadas pela reportagem sobre a participação deles e de seguidores no combate à violência. As opiniões estimulam o debate pela paz proposto a diversos segmentos na cidade. A série será veiculada no período que compreende a Semana da Paz, comemorada em setembro, e a Semana da Justiça Restaurativa, prevista para metade de novembro. Ao final, os participantes e outros convidados serão desafiados a discutir o tema num encontro aberto ao público.
Lideranças apontam como pretendem se engajar contra a violência em Caxias
Comunidades podem e precisam intervir na violência de Caxias do Sul
No caso das religiões, dá para imaginar um possível resultado se seguidores de variadas crenças superassem os próprios conceitos e se unissem a outros movimentos pela paz. Ainda que tenham perdido a influência em comparação ao passado, o sociólogo João Ignácio Pires Lucas reforça que as religiões exercem um forte papel no Brasil.
- A religião serve para tirar alguém da conduta da violência, do crime, da droga. Mas também se prega o discurso contraditório, no qual se interpreta o texto religioso para o ódio e conflitos. Se formos pensar menos na história e projetar para a frente, as igrejas se transformaram no instrumento da paz até porque outras áreas antes mantidas pelas religiões são atendidas pelo Estado, que é tido como laico - teoriza João Ignácio.
Confira o que pensam alguns cidadãos que explica como a espiritualidade pode contribuir no processo de pacificação. Há ações concretas desenvolvidas por meio das pastorais católicas, de projetos evangélicos ou pela doutrina espírita. A mobilização nem sempre atinge o número ideal de pessoas por diversas questões, entre elas, a falta de engajamento da comunidade e de líderes religiosos. Pesa também o desinteresse das novas gerações, que não se sentem atraídas por qualquer crença ou pela maneira como a mensagem é difundida.
Mas é fato que muitos jovens integrados às comunidades evangélicas ou católicas, por exemplo, dificilmente se enveredam para o crime. É sinal da importância de reservar um tempo para cultivar o espírito, de preferência, de forma compartilhada.
Pela paz
Espiritualidade é apontada como saída para prevenção contra a violência em Caxias
Série de reportagens abordará ideias para reduzir conflitos e crimes na cidade
GZH faz parte do The Trust Project