O Presidente da Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do RS, Francisco Ferrer, saudou o acréscimo de repasses da prefeitura de Caxias do Sul aos hospitais Pompéia e Geral anunciado nesta quinta-feira, mas alertou que o valor não é suficiente a longo prazo. Para o Hospital Geral, foram aportados R$ 4 milhões que estavam destinados à construção do hospital materno-infantil. Já o Pompéia passou a receber mais R$ 155 mil por mês até dezembro. Até lá, o atendimento que vem sendo prestado será preservado, assim como o número de leitos de UTI. A partir daí, porém, uma nova análise da situação deverá ser feita.
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Em entrevista ao programa Gaúcha Repórter da Gaúcha Serra, Francisco Ferrer destacou que a verba mensal de R$ 500 mil do cofinanciamento por parte do estado deixou de ser paga aos hospitais desde o início do ano. No caso do Hospital Pompeia, está em negociação ainda que a casa de saúde assuma 16 cirurgias de alta complexidade em traumatologia por mês que deixaram de ser prestadas pelo Hospital São Carlos, de Farroupilha. Para isso, Ferrer afirma que ainda são necessários recursos que estão atrasados pelo Estado. O município de Caxias está negociando com os demais 48 municípios que têm como referência os hospitais da cidade para que eles também participem do financiamento.
Com relação ao volume de recursos que deixaram de ser repassados por conta do bloqueio das contas do governo estadual desde o último dia 11 até esta quinta-feira, de R$ 65 a R$ 70 milhões deixaram de ser pagos por programas como atendimento de UTI, urgência e emergência e atendimento em saúde mental relativos ao mês de julho. O pagamento deve ser feito até o final do mês subsequente. Para o mês de maio, o valor em atraso é de 40% e, para junho, 30%, conforme Ferrer.
Já as verbas de produção, considerando cirurgias de alta e média complexidade, foram repassadas pelo Estado em 70% apenas para o mês de julho. Isso não afeta os hospitais de Caxias do Sul, que estão sob gestão plena municipal, e não estadual, e por isso receberam o valor integralmente.
A defasagem tem sido atendida pelos municípios, que aportam recursos próprios para manter os atendimentos. Caxias do Sul deverá atingir 22% do orçamento no custeio da saúde em 2015, quando o mínimo previsto em lei é de 15%.